“GHOST WRITER (THE)” (O Escritor Fantasma), de Roman Polanski, ***** (5)
O protagonista (magnífico Ewan McGregor) é um daqueles escritores que se encarreguem de escrever as memórias das grandes personalidades, e para isso são principescamente pagos, mas cujo nome nunca aparecerá nos frontispícios, nem nas badanas das obras de sucesso que escreveram.
Mas o que interessa a Polasnki é a denúncia dos políticos e das políticas que têm conduzido o mundo neste início de século.
Adaptando o romance homónimo de Robert Harris, são evidentes as semelhanças com a era de Bush / Blair e é obviamente neste último que os autores se basearam para criar a personagem do ex-PM britânico, Adam Lang. “Todos os livros que escrevi são de algum modo políticos, e um dos fantasmas do livro é a ideia de a Grã-Bretanha já não ser um poder independente – temos a sensação de sermos apenas um 52º estado americano.” (Robert Harris)
A denúncia dos métodos, dos objectivos, pelo realizador, é feroz e faz pensar que Polanski também se divertiu a “maltratar” os que o perseguem implacavelmente (com que objectivos?) nos últimos anos, por se ter envolvido sexualmente com uma Lolita qualquer. Num país, como os EUA, onde tudo (incluindo sexualmente) se pode fazer desde que se tenha dinheiro, esta perseguição soa a falso. Ou então a prisão na Suiça terá tido também a ver com os longos braços da CIA.
Obra magnífica, thriller apaixonante, com um início e um fim soberbos, à Polanski. Por favor não percam, mesmo que não sejam cinéfilos. Tenho a certeza de que vão gostar muito.
***** (5)
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