Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sábado, 15 de janeiro de 2011

MOURNING BECOMES ELECTRA (O Luto vai bem com Electra), de Eugene O´Neill

‎"Mourning Becomes Electra" (O Luto vai bem com Electra), de Eugene o'Neill, encenada por Rogério de Carvalho, para a CTA


OS MEUS NOBEL (X) – EUGENE O’NEILL (Nova Iorque, 1888 – 1953), Prémio Nobel em 1936



Retomo a minha lista de “nobelizados de quem gosto muito”, que comecei a publicar no Facebook, não considerando o que está sempre presente, que é José Saramago (1998), e que encerrará a lista de cerca de 30 grandes nomes da Literatura Universal, que irei citar numa escolha pessoal, como leitor:


I – Gabriel Garcia Márquez – 1982
II – Pablo Neruda – 1971
III – Rabindranath Tagore – 1913
IV – Selma Lagerlöf – 1909
V – Romain Rolland – 1915
VI – Mikhail Cholokhov – 1965
VII – Ernest Hemingway – 1954
VIII – Harold Pinter – 2005
IX – Roger Martin du Gard – 1937
X – Eugene O’Neill – 1936

Não sei antes lembrar tantos mestres que foram esquecidos pelos júris do Nobel – Frederico Garcia Lorca, Leon Tolstoi, Bertold Brecht, Franz Kafka, James Joyce, Jorge Amado, Emile Zola, Aquilino Ribeiro, só para citar agora meia dúzia de nomes. 

Afinal, falar do Nobel é apenas um pretexto meu para lembrar escritores cuja obra (e muitas vezes, não só) admiro!

Salientemos também que outros dois grandes dramaturgos norte-americanos, Tennessee Williams e Arthur Miller não chegaram a ser nobelizados, apesar da sua grande qualidade.

Sobre Eugene O’Neill, relembrar que a sua notável obra, se centra principalmente nos excluídos do sonho americano. Entre os seus títulos avulta uma obra póstuma, por decisão expressa do autor, por se tratar de tema quase autobiográfico, retrato da sua família mais directa: “LONGA JORNADA PARA A NOITE”, de que vimos recentemente (2009) uma magnífica encenação de Rogério de Carvalho, para a CTA. 

Neste momento várias peças suas estão ou vão ser postas em cena: de novo a “LONGA JORNADA”, mas desta vez pelo TEP, com encenação de Nuno Cardoso. “HUGHIE” e “ANTES DO PEQUENO ALMOÇO”, pela CTA, com encenação de Joaquim Benite (que já vimos e de que gostámos muito). “O LUTO VAI BEM COM ELECTRA”, ainda pela CTA, com encenação de Rogério de Carvalho. O TEP em Gaia, no Auditório Municipal. A CTA, em Almada, no Teatro Municipal.

Outro grande texto de O’Neill, é “DESEJO SOBRE OS ULMEIROS”.

Relembremos duas adaptações de obras deste grande dramaturgo ao cinema:A “Longa Jornada para a Noite” (1962), por um grande cineasta de que gosto muito, Sidney Lumet, com Katharine Hepburn, Ralph Richardson e Jason Robards e “Desejo sobre os Ulmeiros” (Desire under the Elms) (1958), por Delbert Mann, com Sophia Loren e Anthony Perkins. E têm sido muitas as adaptações ao pequeno ecrã. 

Só para terminar, lembrar que, “HUGHIE”, agora em Almada, tem interpretação de Paulo Matos e Pedro Walter, um consagrado e um jovem, com excelentes interpretações. 

Em 1984, esta peça havia sido representada em Portugal, também em Almada, pela CTA, e também encenada por Joaquim Benite, juntamente com “ANTES DO PEQUENO ALMOÇO”. 

Foi então considerada pela crítica como um dos espectáculos do ano, cabendo a interpretação a dois grandes e inesquecíveis actores, António Assunção e Canto e Castro, tal como o papel desempenhado agora por Anabela Teixeira, o havia sido por Teresa Gafeira (que veremos agora em “O Luto Vai Bem com Electra”). Lamento muito não ter chegado a ver este espectáculo de 1984!

Não sei se gostam ou não de ler teatro. Eu gosto muito! Mas não há nada como irem ver as encenações que estão em cena destas quatro grandes peças de Eugene O’Neill!



Quanto a "O Luto vai bem com Electra", não percam esta extraordinária peça do grande dramaturgo norte-americano ("um dos dois ou três maiores"), pela primeira vez representada em 1931, nos EUA. 

O'Neill baseia-se nas tragédias gregas para criar este espectáculo de uma enorme tensão dramática, que prende quem o vê durante quase quatro horas (não se assustem! não cansa!). É pelas, por vezes muito escuras, profundezas da natureza humana, às suas neuroses, desejos, orgulhos, ódios, terrores, que O´Neill desce magistralmente.

Grandes actores e, principalmente, grandes actrizes, em primeiro plano - São José Correia e Teresa Gafeira.

Pessoalmente é um dos melhores espectáculos teatrais que vi este ano e já vi alguns muito bons!

Recomendo-o também aos meus amigos da Psicologia, que eventualmente me estejam a ler!



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