Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sexta-feira, 10 de maio de 2013

UM DIA OS RÉUS SERÃO VOCÊS - O Julgamento de Álvaro Cunhal


NO TEATRO

Quem puder que não perca mais este magnífico espectáculo da Companhia de Teatro de Almada (CTA), no Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB), em Almada. 

Vi ontem esta bela homenagem a uma das mais brilhantes figuras do Século XX, revolucionário comunista e homem de grande cultura, autor, para além da obra política e sociológica, de romances, pinturas e desenhos, obras que julgo que o tempo nunca fará esquecer, dada a sua enorme dimensão humanista e enquanto houver seres humanos neste nosso mundo. E apesar de, como tem acontecido nos últimos tempos, as ideologias anti-humanistas procurarem silenciar o seu testemunho, eliminando-o até de compêndios escolares (!) ou, o que é mais grave, deturpando-o. 
Um dos aspectos em minha opinião mais admiráveis desta notável abordagem teatral foi a enorme sobriedade da encenação, com o grande mérito de colocar as palavras em grande destaque. Tratava-se da teatralização da defesa, depressa transformada em acusação contra o regime opressor, feita pelo próprio Álvaro Cunhal no tribunal plenário, caricatura de tribunal que o fascismo criou para condenar quem lhe caísse nas mãos (Tribunal da Boa-Hora, 2 e 9 de Maio de 1950). 



Essas palavras, ouvidas hoje, já na segunda década do século XXI, continuam a ter, infelizmente, a maior das actualidades. 
Julgo que Joaquim Benite, o Mestre precocemente desaparecido, não teria feito muito diferente se tivesse tido ainda tempo para realizar o seu sonho de criar e encenar esta peça.
Uma palavra de grande aplauso para o actor principal, Luís Vicente, brilhante no desempenho dessa figura maior da nossa Política e da nossa Cultura e para o encantamento que foi ouvir e ver o "Acordai", de Fernando Lopes Graça, canção obrigatória nos tempos sombrios por que passamos agora, interpretada pelo Coro dos Pequenos Cantores do Conservatório de Lisboa. Um olhar para o futuro que nos tocou profundamente! Admirável!

(texto publicado no facebook)

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