Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

quarta-feira, 11 de maio de 2016

AXILAS, de José Fonseca e Costa, adaptando Rubem Fonseca



1-Antes de ver

Aí vem, já na próxima semana, o derradeiro e póstumo filme de um dos cineastas portugueses cujo conjunto da obra mais admiramos, José Fonseca e Costa.
Que aliás viria a ser terminado, tentando respeitar o que o autor queria, por um dos seus colaboradores. 
É AXILAS, que foi buscar ao conto de um grande escritor brasileiro, de que também gostamos muito, até na vertente mais ou menos policial, Rubem Fonseca. 
Na adaptação contou com Mário Botequilha, um humorista cujo trabalho para o teatro, Al Pantalone, foi um enorme sucesso, de público e de qualidade, que vimos e ganhou há dois anos o prémio do público no famoso Festival de Teatro de Almada, com encenação de Miguel Seabra (Teatro Meridional). 
Relembremos que o anterior filme de Fonseca e Costa foi o magnífico, embora ignorado pela crítica oficial, "Viúva Rica Solteira Não Fica", de uma ironia por vezes ácida, e depois passou um longo período sem realizar.
Temos muita curiosidade em ver esta obra póstuma que, em geral para quem suspeita que já não lhe sobreviverá muito, costuma ser quase como um testamento.
Veremos.
Ainda não li as críticas que já foram aparecendo. Prefiro ver o filme primeiro.
E quem nunca reparou em axilas que atire a primeira pedra. Posso rir?





2-Depois de ver

Obra póstuma de José Fonseca e Costa, que foi um dos grandes realizadores do Cinema Português.
AXILAS, baseada no conto homónimo do grande escritor brasileiro, que tanto apreciamos, Rubem Fonseca, escrita em conjunto com o jornalista, humorista e escritor, Mário Botequilha, autor do texto de Al Pantalone, um dos maiores sucessos de público e qualidade do Teatro Meridional. Um trio de respeito!
Agora vou-me limitar apenas a dizer que foi uma despedida à altura do cineasta, embora lamentavelmente interrompida pela morte do seu autor.
A valer a pena ver e rever, pela inteligência da adaptação, pela homenagem a Lisboa, a uma parte da cidade que até vai ficando confinada aos bairros populares, onde ainda existem tascas e colectividades, pela crítica certeira à situação política dos últimos anos, de uma direita fascizante no poder e da corrupção a rodear tudo (impagável a figura do grande gestor - Rui Morrison), crítica que também não poupa a igreja.
Referências várias do realizador, a Camilo, a Gustave Courbet, o pintor que apoiou a Comuna de Paris e pintou a célebre obra "A Origem do Mundo", que escandalizou então a burguesia francesa (mas levou também à apreensão duma obra literária em Portugal, já neste século, que tinha uma reprodução desse famoso quadro, que está exposto no Museu d'Orsay, na capa!).
E não falta sequer o gostinho provocador do cineasta às mentes mais conservadoras, com os seus personagens a utilizar uma linguagem que noutras circunstâncias se consideraria grosseira.
Fica-nos no entanto a sensação de um final um pouco abrupto e de que o realizador, se pudesse ter terminado a obra, talvez lhe tivesse dado uma volta mais, não nos deixando com essa sensação de algo inacabado.
Mas quem goste de Cinema que não perca! 




3.Alguns dias depois de ter visto

(para continuar)

(com excepção da parte 3, ainda não escrita e em maturação, tudo foi previamente publicado no facebook)





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