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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

domingo, 14 de abril de 2013

THE DEEP BLUE SEA (O Profundo Mar Azul), de Terence Davies


THE DEEP BLUE SEA (O PROFUNDO MAR AZUL), de Terence Davies

Dificuldades várias têm-me impedido de manter este blogue actualizado. Lamento-o. Vou recomeçar com um texto não original, sobre um filme admirável que vi recentemente. Espero que não o percam. Abraços

Notas de um espectador de Cinema (quando pode...), dedicadas aos (às) amig@s cinéfil@s. (publicada no facebook, em 2-Mar-2013)


A não perder o último filme de Terence Davies (Liverpool, Inglaterra - 10-Nov-1945): "O PROFUNDO MAR AZUL" (The Deep Blue Sea).
É apenas a sétima longa-metragem deste cineasta inglês, que considero como um dos melhores cineastas contemporâneos. Relembrar só, por não haver tempo para mais, duas das suas mais brilhantes e emblemáticas obras: "Vozes Distantes, Vidas Suspensas" (Distant Voices, Still Lives) (1988) e "Off Time and City" (2008), documentário sobre a sua Liverpool natal, este visto num DOCLisboa.
"O Profundo Mar Azul" é uma adaptação feita por ele próprio de uma famosa peça homónima de um dos grandes dramaturgos ingleses do século XX, Terence Rattigan (Londres 1911 - 1977).
Para mim trata-se do melhor filme actualmente em exibição em Lisboa, do que já vi e tendo em consideração as obras (que conheço) de Steven Soderbergh ("Efeitos Secundários" (Side Effects)) e Quentin Tarantino ("Django Libertado") (Ainda não vi "Terra Prometida", de Gus Van Sant).

Haveria muito a dizer sobre a obra, um drama romântico, passado nos anos que se sucederam à 2ª Grande Guerra Mundial, numa Londres ainda em escombros devido aos bombardeamentos nazis e tem como principal personagem uma mulher que abandona o seu estatuto de lady por uma paixão amorosa de futuro improvável. Terence Davies conta o drama, fugindo aos clichés dos filmes de sexo, e centrando-se na sua personagem, numa admirável interpretação de Rachel Weisz, numa sociedade muito permissiva e hipócrita, mas desde que não ponham em causa as suas regras, como um "profundo mar azul", gelado e mortal para as suas vítimas.
Mas o filme tem também momentos belos e mágicos, que são aliás imagem de marca de Davies. (ver excertos duma entrevista, mais abaixo)
As comparações críticas, que li, com as obras de Terrence Malick são na minha opinião um perfeito disparate... Mas uma coisa de facto aproxima estes dois grandes cineastas, Davies e Malick, um inglês, outro norte-americano: filmam pouco mas o que fazem é de enorme qualidade!

Só uma referência à sua maravilhosa actriz principal, Rachel Weisz (Londres, 7-Mar-1970). É a sua participação em obras de realizadores de quem gostamos muito - Fernando Meirelles, Kar Way Wong, Bernardo Bertolucci, Jim Sheridan, Alejandro Amenábar, etc. Deste último, foi Rachel Weisz que desempenhou o papel de Hypatia, a filósofa e matemática egípcia, selvaticamente morta por fundamentalistas cristãos, numa obra notável daquele cineasta espanhol de origem chilena, o filme "Ágora". (ler a propósito o interessantíssimo livro de Odete Santos sobre Hypatia). A actriz participou ainda numa série televisiva de culto, "Inspector Morse" (1987-2000), para quem conhece a aprecia (como eu) a obra literária de Colin Dexter.

(...) Tomo o meu tempo porque não tenho dinheiro para filmar. É esse o problema na Europa. Nesse sentido, a Grã-Bretanha é o país menos civilizado da Europa. (...)

(...) a Grã-bretanha tornou-se numa colónia norte-americana. Somos um porta-aviões de produtos norte-americanos. Estamos sempre à procura de aprovação. Não olhamos para as nossas histórias à nossa maneira. Não faz sentido fazermos meras imitações dos norte-americanos. (...)

(...) Nesse tempo todas as ruas tinham o seu pub. E cada um ia ao da sua rua. E pelas nove da noite todos começavam a cantar. Sempre em grupo. Aliás, ninguém sabia o que era uma canção individual. Apenas canções em grupo. Nesse momento sentia que estava no centro do universo. (...)

Excertos que seleccionei duma entrevista a Terence Davies, por Paulo Portugal, San Sebastian, em "C7NEMA", a propósito da sua última obra, “The Deep Blue Sea”

NOTA do escrevinhador:
Este texto valeu-me a proibição pelo “Facebook”, de identificação de amigos por 15 dias! Porquê, eu que sou tão parcimonioso (como o tenho sido sempre ao longo da vida, o que me tem custado alguns dissabores, mas não me arrependo) nessa identificação, só o fazendo aos amigos reais, em quem confio e a alguns facebookianos por quais tenho grande admiração (pelo que escrevem ou pelo que sei da sua actividade pública, nomeadamente no campo desportivo, embora aí conte e muito a postura desportiva, para além dos exitos...).
E esta!?

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