Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sábado, 1 de novembro de 2014

CHARULATA, de Satyajit Ray

NOTAS CINÉFILAS (só sobre o que me interessa e gosto muito e que não posso deixar passar sem uma referência...)

CHARULATA (1964), de Satyajit Ray, visto no mini-ciclo sobre este autor, actualmente no Cinema Nimas, em Lisboa. Depois seguirá para o Carlos Alberto, no Porto (amig@s portuenses, se tiverem disponibilidade por favor não ignorem este acontecimento)

Esta é uma das obras-primas absolutas deste grande realizador indiano (Cálcuta, Bengala, 2-Mai-1921 - 23-abr-1992), "um dos maiores realizadores da história do cinema, tanto indiano como mundial", conforme escrito no magnífico catálogo da Cinemateca Portuguesa, "Cinemas da Índia", aliás um dos melhores, em minha opinião, publicados pela instituição. 

Coordenado por José Manuel Costa e editado em 1998 com apoio do MC (Ministério da Cultura), MC que o (des)governo actual, de cavaco, passos e portas, num miserável acto anti-cultura, eliminou. 

Charulata, é uma adaptação de um romance do prémio Nobel, Rabindranah Tagore (Calcutá, 7-Mai-1861 - 7-Ago-1941), belíssimo retrato de mulher, onde a muito bela Madhabi Mukherjee (Calcutá, 10-Fev-1942), grande actriz já nossa conhecida de "A Grande Cidade" (1963), tem outro desempenho inesquecível.



O romance passa-se no início do século XIX, em meios progressistas indianos, que acompanhavam com interesse e emoção o que se passava na potência colonizadora, a Grã-Bretanha, com a realização das eleições em que o conservador Disraeli, um dos expoentes políticos do imperialismo britânico, seria derrotado pelo político liberal Gladstone, o que os progressistas indianos comemoraram, pensando que isso corresponderia a um abrandamento da exploração e repressão colonial (diálogos da obra).

Há também uma referência a um político progressista indiano, Roy, cujo túmulo se encontra em Bristol e mais de um século antes da independência da Índia (1947) os mais esclarecidos verberam esse facto: "se quizermos homenagear Roy teremos que ir a Inglaterra!"

Gostaria de pedir aos amig@s que não percam esta obra-prima admirável, que se vê também com muita emoção. 

O cinema tem uma característica que ninguém desconhece: o que se passa no ecrã, sabemos que é ficção, mas faz-nos pensar na vida real, nos amigos e nos que nos rodeiam e é possível que algumas lágrimas teimosas se soltem dos olhos mais sensíveis.

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