Cultura!

Cultura!

OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

segunda-feira, 18 de maio de 2015

L'AMORE (O AMOR)

RETROSPECTIVA DA PARTE DA OBRA DE ROBERTO ROSSELLINI, QUE FOI RECENTEMENTE DIGITALIZADA

L'AMORE (O AMOR), (de 1948) (nunca exibido comercialmente em Portugal)

Rossellini assume na dedicatória da obra que se trata de uma homenagem a uma das maiores actrizes da Sétima Arte, Anna Magnani.

Obra composta de duas partes. O primeiro episódio baseado num dos mais famosos monólogos escritos para o teatro, A VOZ HUMANA, de Jean Cocteau. O segundo, plasticamente muito belo, escrito em colaboração com Federico Fellini, que aparece também como actor, IL MIRACOLO (O Milagre).


As duas interpretações da actriz em personagens muito diferentes são extraordinárias: a burguesa desesperada por ser desprezada pelo amante que se prepara para a deixar e a mulher do povo, desadaptada, considerada pelos seus conterrâneos como doida, que surge grávida na pequena aldeia onde vive, sem ela própria saber de quem. 






Do esquizofrenismo do primeiro episódio, da personagem e da câmara, para a intensidade de sentimentos, um tanto mística do segundo, que nos toca acima de tudo pela humanidade, mais que pelas relações com a religião e pela controvérsia que originou, quase blasfémia para os puristas, apesar de Rossellini ser católico, o que terá levado ao "esquecimento" desta pequena jóia na obra do realizador...




Existem na minha opinião, algumas semelhanças entre a personagem de Anna Magnani, em O MILAGRE, e algumas das admiráveis personagens femininas fellinianas, que o grande realizador, Federico Fellini, o universalmente maior de todos segundo os seus pares no mais famoso dos inquéritos, em 2012 (SIGHT AND SOUND), haveria que nos dar magistralmente alguns anos depois. A não perder!

Sem comentários:

Enviar um comentário