Cultura!

Cultura!

OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

BREVÍSSIMA NOTA SOBRE A 38ª SEMANA CULTURAL DO INTERVALO

A 38ª Semana Cultural, organizada no 47º ano de existência do Intervalo Grupo de Teatro, que nasceu sob o nome de 1º Acto, em Algés, e depois o seu núcleo fundador, marginalizado por um grupo de sócios que logrou tomar conta do clube, foi forçado a "exilar-se", definitivamente mas em boa hora, criando o Intervalo. Entretanto os usurpadores, cumprida a missão política, desapareceram.

Gostava de chamar a atenção para este admirável evento cultural, que tem levado a salas do concelho de Oeiras homenagens a alguns dos maiores nomes da Cultura Portuguesa, de José Saramago a Maria João Pires, de Siza Vieira a Júlio Pomar, de Eduardo Gageiro a Joaquim Benite, de Urbano Tavares Rodrigues a Jorge Palma, de José Fonseca e Costa a Eunice Muñoz, etc, etc. Dos nomes maiores diria que não faltam muitos, tendo em conta que se trata de homenagens a longas carreiras artísticas, superiores a 30 anos e que alguns artistas, agradecendo o convite, não o puderam aceitar por razões várias.

Este ano por lá passaram entre os homenageados, António Macedo (rádio), Alexandra Lencastre e João Vasco (teatro e cinema), Jorge Fernando e José Cid (música) e Carlos Santos (fotografia). Acompanharam-nos em concerto, com as respectivas equipas, aliás sempre de grande qualidade, Miguel Ângelo, Pedro Jóia, Fábia Rebordão, Paula Oliveira, Camané, Júlio Resende (piano) e Ricardo Ribeiro. E falaram do respectivo perfil e obra do homenageado, Carlos Avilez, Fernando Dacosta, Viriato Teles, António H.Cardoso, Armando Carvalheda, Maria Helena Serôdio, Carmen Dolores (de quem foi lido texto), Maria do Céu Guerra, Fernando Alvim, João Paulo Guerra, sendo algumas das intervenções, brilhantes. Particularmente a homenagem aos 31 anos de carreira de Alexandra Lencastre esgotou a capacidade da sala, com uma das maiores enchentes de que me consigo lembrar naquele auditório, que não me canso de repetir, tem condições excepcionais para espectáculos onde a proximidade com os artistas, propensa a uma grande comunicação e intimismo sejam importantes e são-no quase sempre em eventos deste género.

Mas, que me desculpem, um grande momento da semana, foi a inesquecível representação que a encerrou, mesmo já tendo visto a mesma peça representada no mesmo local e com os mesmos actores, de "12 Homens em Fúria", escrita pelo dramaturgo norte-americano, Reginald Rose, e encenada pelo Armando Caldas.
 Aquilo que escrevi então (ver neste blogue) mantem-se e sai até reforçado pelo simples facto que grande parte do ano já passou e não vi espectáculo que me tivesse emocionado mais ou até de que tivesse gostado mais e posso citar, entre os espectáculos de Teatro de que gostei muito este ano, a "Clarabóia", adaptação do romance de José Saramago, pela Barraca, "O Ano da Morte de Ricardo Reis", do mesmo autor pela mesma companhia, "Trópico del Plata", com texto e encenação do autor/encenador argentino Rúben Sabadini e interpretado por uma companhia da mesma nacionalidade ou "Hedda Gabler", de Henrik Ibsen, com encenação e interpretação da actriz e encenadora norueguesa Juni Dahr, que utilizou, com uma companhia de Oslo, a Casa da Cerca para um espectáculo inesquecível. Todas têm em comum uma coisa que é o primado do actor, que aliás acaba por ser, em minha opinião, o que distingue fundamentalmente o teatro de outras artes de palco.

Só gostava de terminar fazendo um apelo para que jovens e seus educadores não deixem de ver esta extraordinária peça de Reginald Rose, a que os actores do Intervalo (doze homens e uma mulher) dão o seu melhor, vibrando e fazendo-nos vibrar com eles. Julgo que contribuiria para um mundo melhor!

Todas as fotografias seguintes são de arquivo, de anteriores espectáculos do Intervalo Grupo de Teatro:










Sem comentários:

Enviar um comentário