REVER HAMLET
O nosso maior actor vivo, no Teatro e no Cinema, grande encenador também, anunciou há menos de uma semana, na Cornucópia, para grande desgosto de todos os que amam o Teatro, a sua retirada.
Mais uma razão para não deixar de rever a sua brilhante encenação de HAMLET (reposta de 23 de Outubro a 15 de Novembro no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada).
Lembrar que esta encenação da peça, integral (ou quase), foi criada a partir da tradução de Sophia de Mello Breyner Andresen (1987) que por sua vez seguiu a edição, talvez a mais completa, que abrange os "Quartos" (publicados ainda em vida de William Shakespeare) e o "Fólio" (póstumo). (eu não sabia e fiquei a saber ao ler uma nota do ilustre estudioso shakespeariano, Professor Grahame Broome-Levett, na edição de 1987).
As fotos seguintes são do famoso HAMLET, no cinema, realizado e interpretado por um enorme actor inglês, Laurence Olivier, em 1948.
Brilhantes, a interpretação desse grande actor e dos que o acompanham nesse filme, e a realização nesta versão para o cinema, mais reduzida, de uma das mais famosas tragédias da dramaturgia universal. A luta contra a mentira, contra a intriga, contra a traição em mais que um aspecto, contra a ambição que tudo tenta esmagar à sua volta para atingir os seus fins (fez-me lembrar os esforços cavaquistas de manter o poder nas mãos dos seus correlegionários meio fascizantes...).
O herói da peça hesita em punir os culpados e acaba assassinado às mãos de um amigo, também ele enganado pela mentira e pela calúnia e que, num supremo acto de traição, ataca Hamlet "pelas costas", contra toda a ética de um combate leal que aquele era suposto ser.
Laertes, Ofélia, Gertrudes, Hamlet, perecem vítimas da ambição de poder absoluto de Cláudio, o rei da Dinamarca.
NOTA: Não, não é a Ofélia que está sentada na relva à beira do castelo de Kronborg, o castelo de Hamlet, em Elsinore (ou Helsingor) na foto feita por mim.
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