Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

terça-feira, 25 de maio de 2010

LEBANON, de Samuel Maoz

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“LEBANON” (Líbano), de Samuel Maoz (ISR), ** (2)

Tal como “Valsa com Bashir” (****), do também israelita, Ari Folman, “Lebanon” é uma obra autobiográfica.
Em termos de linguagem os filmes não são todavia comparáveis – o de Folman é de animação. São no entanto ambos documentos de guerra, mas em que a “Valsa de Bashir” tem um enquadramento histórico que o torna muito mais interessante.
“Lebanon” decorre no espaço claustrofóbico do interior de um tanque de guerra, onde cabem quatro soldados, com funções específicas, e onde, durante algum tempo, é transportado um soldado israelita morto, que vai ser hélio-transportado, um activista sírio preso por engano e por último um dos quatro soldados que acaba por morrer vítima de um ataque.
No entanto as razões da guerra nunca são expostas, a utilização de armas tóxicas pelo exército israelita é referida de raspão, o desprezo pelas vidas civis ou a diferença de meios militares entre invasores (Israel) e invadidos nunca é referida.
Resta a proeza em “Lebanon” de ser filmado no interior de um tanque (ou simulando-o) e o horror da guerra, que atinge o espectador com rara violência.
A cena das ameaças de tortura feitas pelo mercenário fascista, das milícias cristãs libanesas (extrema-direita) ao prisioneiro sírio, acorrentado pelos israelitas no interior do tanque, é terrível e fez-nos lembrar descrições semelhantes na belíssima obra que li recentemente, também autobiográfica, “Digam-me como é uma árvore – dos cárceres franquistas à liberdade”, do poeta espanhol, Marcos Ana, preso durante 23 anos nas prisões fascistas espanholas, desde a Guerra Civil. Atrocidade e crimes contra a humanidade cometidos pelos franquistas, que o juiz Baltazar Garzón pretendia julgar, o que lhe valeu para já a suspensão das suas funções, impossibilitando-o portanto de prosseguir os seus objectivos (em 2010!), o que revela que existem forças poderosas na sociedade espanhola actual que não desejam a investigação e julgamento dos crimes do franquismo (e já passaram 35 anos desde a restauração da Democracia em Espanha!).
A ver.
** (2)

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