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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

TROILO E CRÉSSIDA, de William Shakespeare



“TROILO E CRÉSSIDA”, de William Shakespeare, encenação de Joaquim Benite, para a CTA, ***** (5)

Acima de tudo uma peça surpreendentemente cáustica, do mestre inglês, em que os heróis gregos como Aquiles e Ajax, são metidos a ridículo.
“Em nenhum outro drama de Shakespeare os heróis se entregam a uma análise tão violenta de si próprios e do mundo.” (Jan Kott  (1914-2001), professor universitário e famoso estudioso da obra do dramaturgo)  (lido no MaisTMA nº7).
O amor, entre Troilo e Créssida, termina mal, nesta tragicomédia, ainda que nenhum dos dois morra. Mas as grandes personagens da peça são afinal, para além de Ulisses e Heitor (este que acaba morto, traiçoeiramente pelos homens de Aquiles), Pândaro, o alcoviteiro tio de Créssida (magnífico André Gomes) e o bobo Térsito (excepcional interpretação de Carlos Pereira), que vai dizendo todas as verdades.
“Grande mas terrível peça na qual todo o maravilhoso poder da linguagem de Shakespeare parece consagrado a um só e único sentimento: um profundo desgosto em face da natureza humana, da sua grosseria, da sua estupidez, da sua falsidade, da sua futilidade” (Trevor Roper, citado por Mário Barradas, o grande homem de teatro, que a morte impediu que levasse a cabo o seu projecto de encenar esta peça.)
“É uma «comédia negra», uma «black comedy» que faz certamente rir mas que revela o que de mais cínico e sarcástico existe na natureza humana” (Mário Barradas).
A CTA (com a colaboração da C.T.do Algarve e da C.T. de Braga), os 20 actores em palco, com alguns desempenhos com a qualidade superior a que a companhia já nos habituou, e o encenador Joaquim Benite, fizeram mais um belíssimo espectáculo, a não perder.
Há textos excelentes sobre a peça, publicadas pela CTA, no caderno respectivo (nº42) e também no referido boletim “MaisTMA”.
***** (5)

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