Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

quarta-feira, 23 de março de 2016

A QUEDA DE WALL STREET (THE BIG SHORT), de Adam MacKay



FILMES PARA OS ÓSCARES (I)

THE BIG SHORT - A QUEDA DE WALL STREET

de Adam MacKay, adaptando a obra homónima de Michael Lewis (The Big Short - A Grande Aposta)

Especulação, corrupção, crime social!


"(...) É o grande filme político do ano. E a academia, esmagadoramente democrata, gosta de filmes políticos, mas talvez não o suficiente para lhe dar o Oscar, (...) Há uma estética próxima dos documentários de Michael Moore, aplicada à ficção. (...) Mostra uma Wall Street dominada por excêntricos invertebrados bandos de loucos, autistas maníacos pelo lucro, sem quaisquer princípios de ética. (,..)" (M.Halpern, JL)

Comentário: 
Obviamente esses são os instrumentos que o grande capital e a grande finança manobram como querem. 

Não será uma obra claramente anti-capitalista mas antes uma denuncia dos excessos a que o capitalismo em crise, cíclica, conduz, provocando milhões de vítimas, mas que para eles não passam de números... 

A obra, embora se limite aos especuladores menores, que gravitam na órbita do sistema, embora às vezes enriqueçam, e praticamente nunca nos mostre os que efectivamente comandam e ditam as decisões políticas que permitem que tudo continue na mesma, não deixa de impressionar os espectadores. Nem chegamos sequer a ver os émulos dos famigerados Constâncios e Carlos Costas, a não ser em imagens fugazes 



No entanto o filme vai dizendo meia dúzia de verdades sobre quem acaba por pagar de facto as crises capitalistas, ou seja, os trabalhadores e as massas populares. 
Com ironia a obra termina dizendo que o resultado da especulação, corrupção e vigarice, nos USA foi o fecho de muitos dos grandes bancos e a prisão de dezenas de banqueiros, mas acrescenta logo a seguir que essa afirmação (que aparece escrita no ecrã) é uma brincadeira, isto é, concluindo que ainda não foi desta que o sistema capitalista ruiu. 

E adianta que o jovem consultor, que no filme se apercebe muito cedo do perigo do desvario da economia assente nas hipotecas do imobiliário e na especulação sobre elas construída, acaba no fim investigado pelo FBI como um inimigo público... é a "democracia" no sistema capitalista! 

E não é certamente por acaso que ao longo da obra, Cuba aparece referida por alguns dos personagens como algo desejável, nem que seja pela sua comida...

Em conclusão, uma obra a não perder e compreende-se a razão da pouca simpatia por ela dos críticos de cinema nos Media dominantes no nosso País.


Nota à posteriori: foi com agrado que verifiquei o acerto da escolha em Hollywood. Os dois Oscares para os Argumentos foram justamente para THE BIG SHORT (A Queda de Wall Street) (o adaptado) e SPOTLIGHT (O Caso Spotlight) (o original). Desta vez só me resta aplaudir!




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