HEDDA GABLER, de HenriK Ibsen, encenação de Juni Dahr
O 33º Festival de Teatro de Almada começou de maneira brilhante na Casa da
Cerca!
Para quem gosta de Ibsen imagine o que se poderá fazer num espaço belíssimo
como é a Casa da Cerca, espaço de exposições e eventos da Câmara Municipal de
Almada, com Lisboa em fundo.
Mas o que esperávamos foi superado por esta magnífica encenação da peça HEDDA GABLER, pela encenadora e actriz norueguesa, também cineasta, Juni Dahr, acompanhada por outros 4 magníficos actores, uma mulher e três homens, do Visjoner Teater, de Oslo.
Espectáculo dito em norueguês, mas com uma tradução para português excelente e muito visível para todos quantos estavam a assistir.
Espectáculo quase íntimo, para apenas 60 espectadores por sessão, como gostava o grande dramaturgo norueguês, Henrik Ibsen, para aproximar o público dos actores e da representação.
Um longo e caloroso aplauso no final, com todos os espectadores de pé, pareceu-me até surpreender os actores, que talvez não o esperassem da parte de um público de língua tão diferente. Mas Almada é Almada e o público que criou tem uma cultura teatral invejável e rara.
Sente-se a tentação de um comentário mais alargado expondo as razões do gosto pela encenação e pelos textos de Ibsen e das suas estranhas mas fascinantes personagens. Mas vou deixar isso para mais adiante.
nota: tenho pena de não ter imagens da sessão, realizada às 15 horas da
tarde.
Adenda (da folha de sessão e prospectos):
"A atriz e
realizadora norueguesa Juni Dahr traz um Hedda Gabler íntimo, apenas 60 pessoas
pode assistir a peça, respeitando a ideia de teatro íntimo do Henrik Ibsen.
Casa da Cerca, sobre o Tejo, transforma-se em casa da Hedda Gabler, durante os
dias 5 e 6 de julho.
Em 2013 Juni Dahr esteve perto de arrecadar o prémio do público
com Mulheres de Ibsen, um espectáculo no qual, sozinha em
cena, passava em revista algumas das heroínas do dramaturgo norueguês. No ano
passado, em visita à Casa da Cerca, nascia a ideia de trazer a Almada Hedda
Gabler, um projecto nomeado para o Hedda-Prize em 2011 e
apresentado no Festival Ibsen, em Oslo, em 2012 e 2014. A digressão entretanto
realizada levou-o, por exemplo, à Polónia e ao Irão. Transformando a Casa da
Cerca, sobre o Tejo, na casa de Hedda, Juni Dahr propõe-nos um espectáculo
intenso, só para 60 espectadores, cuja proximidade com os intérpretes
proporciona, segundo a crítica norueguesa, “uma
energia e um realismo que nos confrontam com o teatro íntimo de Ibsen”.
Juni Dahr (n. 1953, Oslo) fez a sua formação
como actriz na Academia de Artes Cénicas em Oslo e no Teatro Laboratório de
Grotowski, estudando posteriormente cinema e teatro na Universidade de Nova
Iorque e no Actor’s Studio. Tem desenvolvido o seu trabalho como actriz com a
companhia de Teatro Nacional de Bergen, onde interpretou uma grande variedade
de papéis, dos clássicos (Shakespeare, Ibsen e Tchecov) à dramaturgia
experimental moderna. Em 2015 dirigiu o espectáculo Instruções
para voar, de Lídia Jorge, para a ACTA.
Intérpretes
Hauk Heyerdahl, Juni Dahr, Kai Remlov, Lars Øyno, Nina Woxholtt
Dramaturgia Juni
Dahr, Tonje Gotschalksen | Figurinos Silje
Fjellberg | Produção Marianne
Roland | Visjoner Teater
Língua norueguês,
legendado em português | Duração 1h35 |
M/12"
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