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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

domingo, 26 de agosto de 2012

TABU, de Miguel Gomes


TABU, de Miguel Gomes (no “Sight & Sound”, vol 22, issue 9)


(fotos são minhas)

Capa e contracapa da revista do BFI, “SIGHT & SOUND”, com uma primeira divulgação dos principais resultados do Inquérito “Os Maiores Filmes de Todos os Tempos”, tema evidentemente caro aos apaixonados pela Sétima Arte (na edição electrónica da revista pode ler-se mais).
E na contracapa vem o anúncio da estreia nos ecrãs britânicos de “TABU", o celebrado filme de Miguel Gomes, premiado no último, o 62º, Festival de Cinema de Berlim (Berlinale), com o prémio Alfred-Bauer, sendo Director do Festival Mike Leigh, um dos cineastas da actualidade cuja obra mais admiramos. No mesmo número está também uma entrevista com Miguel Gomes e uma crítica ao filme. 





TABU, foi um dos melhores filmes que vi este ano. Fotografado a preto e branco, é brilhante. Teresa Madruga, Laura Soveral, Ana Moreira, Isabel Cardoso: são as protagonistas, quatro grandes actrizes, numa equipa magnífica.
Mas um dos aspectos notáveis deste filme é a utilização da voz em off, de que críticos franceses, da famosa revista "Positif", referem a beleza literária, voz que narra a segunda parte. O “Positif” compara-a com a de outra obra-prima, "Vale Abraão", de Manoel de Oliveira (que é para mim o melhor filme do decano dos realizadores).
Estou completamente de acordo com a opinião. O actor que empresta, extraordinariamente, a sua voz a “TABU” é um veterano produtor e actor do cinema português, Henrique Espírito Santo, com produções e colaborações notáveis. Entre as quais se refere a sua quase desconhecida participação como actor, na principal figura, em “Drácula”, pequeno filme de 1977, que vimos. 
Em “TABU”, ele tem um dos principais papéis, na 1ª parte da obra,  como Ventura, agora envelhecido, de regresso a Portugal, por quem, quando jovem, Aurora (Laura Soveral) se apaixona em África (2ª parte). Mas é a sua voz, que vai narrar maravilhosamente, na 2ª parte, num longo flash back, a paixão de ambos. 

De referir ainda a entrevista de Miguel Gomes, em "Câmara Clara" (RTP2), de que gostei muito por todas as razões, entre elas a reconhecida sageza do cineasta (que aliás já conhecia dos seus tempos de crítico de cinema), mas também pela sua defesa do cinema de autor, pelo menos como eu o concebo.
E não se eximiu de falar dos outros portugueses, daqueles de cujas obras gosta muito (de Oliveira a Paulo Rocha), esses autores de obras-primas (palavras suas, que subscrevo), sendo admirável que tivesse citado como exemplo desse cinema português que aprecia, um filme tão ignorado como o "O Bobo", de José Álvaro Morais, grande cineasta, que a crítica actual, a que infelizmente temos, sistematicamente esquece!
21-Ago-2012

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