Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

NA CIDADE BRANCA

UMA FOTO

Foto da minha cidade. O título é o de um magnífico filme, de um cineasta suíço de cuja obra gostamos muito, Alain Tanner (Genebra, 6-Dez-1929)



O SÉTIMO SELO

O SÉTIMO SELO (DET SJUNDE INSEGLET) (1957) 
de Ingmar Bergman (Uppsala, 14-Jul-1918 – Farö, 30-Jul-2007)

É, em minha opinião, talvez o mais belo dos filmes deste génio da sétima arte. Meditação sobre a vida e a morte, tem momentos de uma beleza inexcedível, também de comunhão entre a vida e a natureza. Apólogo medieval, tem como principais personagens, saltimbancos, que eram na Idade Média os artistas populares por excelência.

Já foram escritas milhares de páginas sobre esta obra-prima, absoluta, do Cinema. Não vou certamente dizer nada de novo, apenas dizer porque gosto muito desta obra.

Ao rever mais uma vez este filme, muito tempo depois da primeira das visões, julgo que no início dos anos 60, aos vinte e poucos anos de idade, há mais de meio século portanto, a sensação que tenho é que ele não envelheceu e continua a ser admirável sob todos os aspectos em que se aborde: o da linguagem, o da fotografia, magnífica a preto e branco, o do tema, humanista, denúncia das crenças irracionais e das violências que elas originam entre os homens e apelo ao que o homem tem de melhor – a vivência e a labuta comum, a fraternidade, o amor, a arte.


História medieval, em que a morte, sob a forma da peste, aterroriza os humanos e os torna ainda mais vulneráveis perante os que disso se aproveitam, sem escrúpulos, quase sempre em nome de pretensos deuses. 

Regressado das sanguinárias cruzadas, infames invasões de rapina e conquista, o principal personagem (enorme desempenho de um grande actor, Max von Sydow) volta ao seu país natal, que encontra assolado pela pior das epidemias medievais, a peste, que mata a eito, vendo ameaçada a sua vida e dos que lhe estão próximos.

Em vão procura sobreviver, protegendo em última instância os que acha dignos de continuar a viver. 

Não o conseguirá em relação à jovem, que os monges acusam de feitiçaria e condenam à morte horrível na fogueira, num pretenso exorcismo, responsabilizando a pobre adolescente pelas desgraças que acontecem. Block, chega a puxar da espada para a defender, pensando em atacar a horda de soldados pagos pelo poder religioso para consumarem a tarefa mas o escudeiro, mais realista, detém-no perante a total impossibilidade de sucesso. Há no filme uma outra cena capital, em que o espectáculo lúdico dos saltimbancos, a que os camponeses assistem entusiasmados, é interrompido pela horrível procissão dos monges conduzindo os flagelados pela doença irremediável, prenúncio do que irá acontecer à maioria. 
Block, consegui-lo-à porém com o jovem casal de saltimbancos e o seu filho bebé, que representam para o autor, e para nós, a vida tal como merece ser vivida, no contacto com a natureza, no trabalho que dá alegria ao povo, através das arte de palco nas suas formas mais puras, misto de teatro e circo, levando-os a que abandonem a sua companhia.



Há uma outra figura que Bergman eleva que é a do escudeiro do cruzado, bem mais sábio que o amo. Um Sancho Pança de um pobre Quixote, regressado de objectivos errados (as “santas” cruzadas), que acaba atormentado pelas dúvidas existenciais, perante os crimes que nelas viu cometer, na terra santa, e ajudou. É um escudeiro sem medo, homem do povo, capaz de ensinar o seu amo. Ao acompanhá-lo ficará no entanto condenado a perecer também.

Bergman simboliza a luta de Block, o cruzado, e dos seus companheiros, perante as ameaças de morte pela peste, por uma partida de xadrez, jogo limite, que ele disputará com a Morte, até ao cheque-mate, que procura retardar mas nunca poderá evitar.

Não se julgue no entanto que neste filme, simbolizando a luta da vida contra a morte, não haja também alguns momentos de humor, nos comportamentos e relacionamentos humanos, aliás tão caros a Bergman ao longo de parte da sua obra, em especial de algumas das suas obras-primas, de que o maravilhoso “Sorrisos de Uma Noite de Verão” talvez seja um paradigma. 

As cenas finais, extraordinariamente belas, nos campos escandinavos, banhados pelo sol primaveril, mostra o casal de jovens artistas, e o seu filho, sobreviventes à calamidade, a caminho de um futuro que acreditam possível. Ontem como hoje. Símbolo de uma luta por uma vida melhor, que continua. Emociona.



terça-feira, 21 de janeiro de 2014

CICLO BERGMAN, em Lisboa e Porto

“a possibilidade de nos acercarmos dum rosto humano é sem dúvida a originalidade primeira e qualidade distintiva do cinema” (Ingmar Bergman)

Vicissitudes várias, pessoais e familiares, têm impedido a minha presença neste ciclo que gostaria de seguir, para rever as grandes obras deste mestre incontestado, em minha opinião um dos maiores da Sétima Arte.

Aqui fica uma pequena nota, escrita aquando da estreia da sua derradeira obra para o cinema, que considero uma das suas obras primas. Refiro-me obviamente ao extraordinário SARABANDA, que, espero-o, talvez venha a ser exibido na segunda parte do ciclo (que julgo haverá)



https://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&docid=YLo2VYsVpwp78M&tbnid=Yjoyt3Cplty3-M:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fnumfilmedegodard.blogspot.com%2F2014%2F01%2Fin-mood-for-ingmar-bergman.html&ei=JkreUpCtF-HW0QWTmoDYDw&bvm=bv.59568121,d.ZGU&psig=AFQjCNEBicZcBAN_vJHJN1WKPimS5VWyHQ&ust=1390386076920768

SARABANDA

Sarabanda – dança de origem espanhola ou árabe. “Tão lasciva nas suas palavras, tão impudica nos seus movimentos, que é suficiente para incendiar os sentimentos mesmo das pessoas mais honestas” (Padre Mariana, 1563-1623) e por isso proibida em tempos de inquisição no reinado de Filipe II de Espanha. Embora a que se oiça no filme seja de Bach. 

De um dos grandes mestres da Sétima Arte, já com mais de 80 anos, embora com longo hiato na sua obra fílmica (cerca de 20 anos desde o último filme, mas activo no teatro, na televisão, na escrita), uma nova obra de grande qualidade. O autor recusa todavia para ela o termo sequela, embora retome os personagens e actores principais, de “Cenas da Vida Conjugal” (1973), trinta anos mais tarde (2003).

Ingmar Bergman considera que “a possibilidade de nos acercarmos dum rosto humano é sem dúvida a originalidade primeira e qualidade distintiva do cinema” (citado por A.M.Seabra). 

Em “Saraband”, mais que em outros filmes do cineasta, são os grandes planos, centrados nos rostos das suas personagens, que constituem o núcleo principal da obra. E os diálogos/ monólogos. 

E ambos nos cercam avassaladoramente, na dança, ora lenta ora rápida, como uma sarabanda, que entrelaça os quatro personagens principais e mais alguns ausentes que eles não conseguem esquecer e dos quais só veremos fotografias, planos fixos de rostos afinal, enquanto tentamos entender as personagens, os seus dramas íntimos, a perversidade e o amor, os remorsos e a culpa, que o fim dos tempos de cada de nós traz quase sempre à tona. Do que fizemos, ou talvez mais do que não fizemos.

Liv Ullmann (Marianne) vai visitar o ex-marido, Erland Josephson (Johan), muito mais velho que ela e no final da vida. E encontra o filho deste Henrik, cuja mulher Anna, que todos amavam, falecera de cancro, a viver com a filha Karin (Julia Dufvenius), uma jovem violoncelista que Henrik ensina. No final Marianne visitará ainda uma das duas filhas que teve de Johan, Martha, que é uma doente mental profunda, mas não conheceremos a outra, Sara, que vive na Austrália. 

Em sucessivos capítulos, os quatro – Marianne, Joahn, Henrik e Karin -, vão-se encontrando aos pares, em diálogos quase sempre tensos quando não violentos. Apenas uma vez a câmara de Bergman se afasta dos rostos, para acompanhar a fuga de Karin através da floresta após uma violenta discussão com o pai, que a não quer deixar partir. Como muitas vezes em Bergman, a paternidade é austera, repressora, castradora, mas os jovens acabam, também por libertar-se, através da revolta, embora fiquem as marcas. Karin liberta-se, como será em adulta?

Resta acrescentar que, como alguém já afirmou a propósito de Bergman, o sueco é a língua mais cinematográfica que existe. *****

abraços
23jan05

sábado, 11 de janeiro de 2014

12 ANOS ESCRAVO


12 YEARS A SLAVE (12 ANOS ESCRAVO) de STEVE MCQUEEN 

Em termos de estreias de cinema o novo ano começa bem. 

Na opinião do melhor da crítica (e não só), este filme é outra obra-prima deste jovem artista inglês, nascido em Londres, 1969, pintor mas já aclamado autor de um dos melhores filmes britânicos das últimas décadas, o famoso FOME (HUNGER), escrito em colaboração com outro grande nome da cultura actual, o dramaturgo irlandês ENDA WALSH, que já tem algumas peças representadas em palcos portugueses (que vi e gostei muito, diga-se de passagem). 

FOME falava-nos da greve da fome de prisioneiros irlandeses em cadeias britânicas, na época do governo fascizante dessa nefanda criatura que dava pelo nome de Margaret Thatcher. Do protesto contra as condições prisionais que levou á morte Bobby Sands e outros activistas pela liberdade e independência do seu país, a IRLANDA.

Volto a repetir que não sou (nem quero ser) crítico de cinema ou de outra coisa qualquer, porque não tenho competência (nem me pagam para isso... Posso rir?). Isto é apenas uma mera opinião de espectador, que espero que apreciem. E se não gostarem, paciência.

O tema da presente obra é, como o título indica, a escravatura e o racismo nos EUA, como sempre a coberto da religião e dos interesses económicos. 

Passa-se em meados do século XIX, em vésperas da Guerra da Secessão, que dividiu o país entre os progressistas que queriam abolir a escravatura e os grandes proprietários que a pretendiam manter (no Sul). 

Mais de século e meio depois, e apesar do actual presidente ser pela primeira vez na história dos EUA um negro, os problemas do racismo continuam todavia a existir na sociedade norte-americana, em geral em relação a todas as minorias, inclusive em relação aos judeus pobres. As organizações racistas, aparentemente não legalizadas, continuam a constituir uma ameaça ( como a Ku-Klux-Klan). E a extrema-direita (Tea Party, do Partido Conservador) continua a difundir ideias de segregacionismo.

Steve McQueen adaptou brilhantemente um livro de memórias de um activista negro que, em meados do século XIX, já cidadão livre, foi raptado e levado como escravo para as plantações do Sul, ainda antes da Guerra da Secessão. Onde passará 12 anos nessa situação e só a sua inteligência e determinação na luta pela liberdade possibilitaram a sua libertação. 

Mas foi, como é dito no filme, uma excepção. Todavia a sua libertação não implicou a condenação dos que o tiveram preso 12 anos, em trabalho escravo. À boa maneira da justiça norte-americana os culpados ficaram impunes. Curiosamente Steve McQueen não conseguiu obter sequer dados sobre a última parte da vida de Solomon Northup (grande interpretação de Chiwetel Ejiofor). Estranho, não é?

As filmagens decorreram in loco, na Louisiana. E a direcção de actores é, de novo, brilhante, com uma referência especial para Michael Fassbender, no fazendeiro branco, católico e racista, que trata os seus escravos como animais, mas que não deixa de ter as suas amantes negras a quem protege até certo ponto, enquanto lhe servem...

Não se surpreendam com as estrelas da crítica da especialidade nos jornais dominantes portugueses. Poder-se-ia esperar que os críticos de extrema-direita viessem defender a obra, ao menos pelos seus evidentes méritos como grande cinema? Conhecendo-os, julgo que não.

Não percam, por favor. Mas preparem-se para que o vosso ritmo cardíaco suba, na tentativa de controlar os sentimentos de revolta, ira, que se apossam dos espectadores de uma obra que sabemos tão realista como esta. Aqui não há escapes à Tarantino, tornando os seus escravos em super-heróis que ninguém consegue deter (embora eu também tenha gostado muito da obra de Tarantino). 

Aqui é a realidade nua e crua.


Na foto o realizador com os seus intérpretes principais.

Depois de escrita esta pequena nota tive o prazer de receber o último número da famosa revista de cinema, “Positif”, “luxo” que ainda vou conseguindo manter a despeito do saque e roubo nas reformas e salários a que a actual desgovernação tem procedido, neste e noutros países europeus, ao arrepio das mais elementares regras de convivência numa sociedade democrática, entre Estado e cidadãos. Mas esta, em que vivemos, parece sê-lo cada vez menos... 

E verificar que uma imagem desta obra mereceu as honras de capa da “Positif”. Com uma excelente e extensa entrevista do director da revista a Steve McQueen, neste mesmo número, com a qualidade a que já nos habituaram, mesmo que discordando ás vezes de alguns pontos de vista da direcção da revista. Não é o caso nesta entrevista diga-se.




quarta-feira, 8 de janeiro de 2014



BALANÇOS DE 2013 – Momentos de Cultura

Para fechar os meus balanços principais de 2013

(1)- As Homenagens:

Num ano que foi marcado pelas comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal, com 3 momentos fundamentais a que pude assistir (mas houve muitos mais), emocionantes e de grande adesão de público – Sessão Cultural Evocativa, na Aula Magna, Lisboa (23-MAR); Exposição no Pátio da Galé, ao Terreiro do Paço, Lisboa (MAI); Comício Comemorativo, Campo Pequeno, Lisboa (10-NOV)



Houve também as homenagens a personalidades do Teatro que muito admiro: a Luzia Maria Martins, a encenadora, autora e directora do Teatro Estúdio de Lisboa, com a bela designação de “Uma Mulher no Teatro e no Mundo”, exposição na SPA (10-JAN); a Joaquim Benite, um grande homem de Teatro, encenador, director da CT de Almada e criador do Festival de Teatro de Almada, no decorrer da Festa do Avante (8-SET); a Armando Caldas, o actor da companhia Teatro Moderno de Lisboa, e actual encenador e director do Intervalo Grupo de Teatro, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho, em Carnaxide (10-MAI);





(2)- Os Museus e as Exposições:

A inauguração do belíssimo espaço, num projecto de Siza Vieira, para um grande nome da nossa Cultura: Atelier-Museu de Júlio Pomar (JUN)

(3)- Os Concertos:

Escolhi um Concerto de Natal, pela Orquestra de Câmara Portuguesa e Coro Lisboa Cantat, porque me surpreendeu o interesse dos habitantes da cidade, de todas as idades, pela grande música, enchendo completamente, a deitar por fora, a Igreja de S.Domingos, Lisboa, para ouvir Haydn e Beethoven (22-DEZ)

(4)- Os Festivais:

incontornáveis e únicos, pela qualidade e adesão

Escolho aqueles a que nunca gosto de faltar e não falto (a menos que algo me impeça): O DOCLISBOA (de cinema, na área documental) (OUT) e o Festival de Teatro de Almada (ao nível de Avignon ou Edimburgo, segundo os entendidos, estrangeiros, que nos visitam)(JUL)

(5)- Uma Semana Cultural

De carisma difícil de igualar para quem tem a felicidade de a conhecer, num espaço intimista e por isso limitado em termos de dimensão

A do Intervalo Grupo de Teatro, em Linda-a-Velha, Oeiras (OUT)




(6)- E para terminar a Festa das Festas



A Festa do Avante, com 3 dias de Cultura de grande qualidade, incluindo o desporto e o debate político, no “espaço com maior índice de fraternidade por metro quadrado existente em Portugal” (SET)










quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

BALANÇO NO TEATRO 2013

BALANÇO DO QUE MAIS GOSTEI NO TEATRO EM 2013

obs: por razões pessoais, de saúde e outras, falhei muita coisa- Por isso este balanço tem só o objectivo de salientar a importância que continua a ter para mim ser espectador de teatro

OS DEZ MAIS:

- 4 AD HOC, de Eugène Labiche, enc. Luís Miguel Cintra, Cornucópia
- DIÁRIO DE UMA CRIADA DE QUARTO (Le Journal d’une Femme de Chambre), de Octave Mirabeau, enc. Armando Caldas, Intervalo Grupo de Teatro
- EM DIRECÇÃO AOS CÉUS, de Odon von Horváth, enc. Rodrigo Francisco, Companhia de Teatro de Almada (CTA)
- NOITE (A), de José Saramago, enc. José Carlos Garcia
- PAPALAGUI (O) (Le Papalagui), apartir de Eric Scheuermann, enc. Hassane Kassi Kouyaté, Compagnie Deux Temps Trois Mouvements
- PELICANO (O), de Auguste Strindberg, enc. Rogério de Carvalho, CTA
- TIMÃO DE ATENAS (O), de William Shakespeare, enc. Joaquim Benite /Rodrigo Francisco, CTA
- ÚLTIMA GRAVAÇÃO DE KRAPP (A) (Krapp’s last tape), de Samuel Beckett, enc. Peter Stein, prod e interpretação de Klaus Maria Brandauer
- UM DIA OS RÉUS SERÃO VOCÊS, textos de Álvaro Cunhal, enc. Joaquim Benite / Rodrigo Francisco
- VICTOR, OU AS CRIANÇAS AO PODER (Victor ou les enfants au pouvoir), de Roger Vitrac, enc. Emmanuel Demarcy-Mota, Théâtre de la Ville, FTA


E uma saudação especial para os trabalhos das companhias de teatro - DOS ALOÉS, ARTISTAS UNIDOS, BARRACA, COMUNA, CORNUCÓPIA, CT de ALMADA, INTERVALO GT, TEATRO ABERTO, TEATRO MERIDIONAL, companhias de teatro da minha cidade, cujos espectáculos procuro seguir sempre que me é possível. E há mais, mas estas foram as que segui com mais assiduidade... Sem a presença delas sentir-me-ei muito mais pobre.


E de um livro publicado em 1992, por um grande homem do teatro, principalmente como teatrólogo, escritor e jornalista, que assinou os seus escritos com o pseudónimo de Carlos Porto. 
Só agora o li, talvez porque não lhe tenha sido dado o devido relevo na altura e me passou. Todavia é de um grande fascínio para quem goste de Teatro: “FÁBRICA SENSÍVEL”.





VER CINEMA - em Janeiro de 2014

VER CINEMA, em Janeiro

Seleccionei 12 filmes, mais uma estreia em Portugal. O que têm de comum estas obras? Apenas o gostar muito delas (o da estreia não sei porque ainda não vi, mas gosto muito do resto da obra de Paulo Rocha,  de VERDES ANOS à A ILHA DOS AMORES, até O RIO DO OURO) e também serem, na minha opinião, obras admiráveis.
Embora haja mais alguns grandes filmes para ver em Janeiro, estando limitado a doze, optei por estes.
Dias e horas de exibição estão na programação em www.cinemateca.pt

Os filmes:

1934, A Imperatriz Vermelha,The Scarlet Empress, Joseph von Sternberg, EUA
1940, Rebecca, Alfred Hitchcock, EUA
1944, Laura, Otto Preminger, EUA
1944, Ter ou Não Ter, To Have or Have Not, Howard Hawks, EUA
1954, Johnny Guitar, Nicholas Ray, EUA
1954, Os Amantes Crucificados, Chikamatsu Monogatari, Kenji Mizoguchi, JAP
1964, Charulata, Satyajit Ray, ÍNDIA
1984, Era uma vez na América, Sergio Leone, EUA
1984, Paris, Texas, Wim Wenders, RFA/FRA
1987, Gente de Dublin, The Dead, John Huston, EUA
1994, A Casa de Lava, Pedro Costa, POR
1994, Querido Diário, Caro Diario, Nanni Moretti, ITA
2012, Se Eu Fosse Ladrão... Roubava, Paulo Rocha, POR

Em estreia em Portugal: (texto da programação da Cinemateca)

«Apresentado mundialmente no Festival Internacional de Cinema de Locarno de 2013, "SE EU FOSSE LADRÃO... ROUBAVA" vai agora ser exibido na Cinemateca, na que será a primeira projeção pública em Portugal do último filme de Paulo Rocha. Rocha, que morreu em Dezembro de 2012, concebeu este filme como uma espécie de súmula, de uma vida e de uma obra – e “vida” e “obra” são objecto de constante ligação ao longo do filme, num diálogo onde o que é iluminado é tão importante como o que é obscurecido. O facto de Paulo Rocha já não ter assistido à estreia apenas salienta a dimensão “testamentária” que está no fulcro do filme – este é o “testamento cinematográfico” de um dos mais marcantes cineastas da história do cinema português. E a sua revelação ao público – que com esta sessão na Cinemateca começa mas não termina – constituirá um dos acontecimentos-chave do cinema em Portugal durante 2014.

SE EU FOSSE LADRÃO… ROUBAVA, de Paulo Rocha (Porto, 22-Dez-1935 , 29-Dez-2012)
com Isabel Ruth, Luís Miguel Cintra, Márcia Breia, Chandra Malatitch, Raquel Dias, Carla Chambel,Joana Bárcia, Miguel Moreira, Norberto Barroca
Portugal, 2012 – 100 min


> SEX. [31] 21:30 | SALA DR. FÉLIX RIBEIRO »