Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sábado, 22 de fevereiro de 2014

LINE (EU É QUE SOU O PRIMEIRO)

DO TEATRO E DA CORRIDA


(publicado no blogue
http://ultkm.blogspot.com)


"EU É QUE SOU O PRIMEIRO" (LINE), 
de ISRAEL HOROWITZ (Wakefield, Massachusetts, EUA, 1939)


“Uma peça estreada em 1967, num teatro de Nova Iorque. 
Encenação de Armando Caldas, para o Intervalo Grupo de Teatro, sediado em Linda-a-Velha. Estreada no final da semana passada (31 de Janeiro).

Só uma pequena nota sobre esta peça, grande sucesso de público, em Nova-Iorque, Londres, Paris e eventualmente outros locais, que sob uma aparente facilidade de escrita e meios contem no entanto uma severa crítica a um "way of life", em que o que interessa é vencer, não interessa como e quantas vítimas se vão deixando pelo caminho. 
Tudo dito de uma forma por vezes muito cómica mas que nos deixa espaço para uma reflexão.

E terminando à boa maneira do Intervalo com uma canção síntese (Luís Macedo e Fernando Tavares Marques).

Não percam! Depois direi mais alguma coisa sobre as reflexões que a visão desta peça me suscitou.”

(nota para os amigos facebookianos, publicada em 3-fev-2014)



Para nós, que gostamos muito de Teatro, este autor tem todavia outros fortes motivos de ligação connosco. Um deles é que é um praticante da modalidade desportiva que ao longo da nossa vida mais apreciámos, que é a corrida a pé de longa distância (entre os 10 e os 100 km). 

Mas vai ainda mais longe porque casou com uma maratonista campeã, a britânica Gillian Pamela Horowitz, várias vezes no pódio - em Tóquio, Londres, Paris (que venceu em 1980, com 2h49’42”, belo tempo na época) e muitas vezes nos 10 primeiros, além de ter sido campeã do seu país. 

Mas não termina aqui esta sua relação com a corrida. É que adaptou uma peça de um reconhecido dramaturgo italiano, Edoardo Erba, aliás de grande sucesso, “Maratona de Nova Iorque”, de 1992, cujos personagens são dois amigos que treinam para fazer aquela maratona. A peça recebeu o reputado prémio italiano Candoni, em 1993.

“LINE” (EU É QUE SOU O PRIMEIRO), que agora foi encenada no INTERVALO GRUPO DE TEATRO, é no entanto bastante mais antiga (1967). 

Digo isto porque existe no mundo da corrida a opinião, ainda maioritária suponho, de que o que interessa é acima de tudo participar, terminar, competir sem batota (não encurtando caminho ou viajando de metro), sentimento que é compartilhado até por muitos atletas de alta competição, até a super-campeões, como é o caso da actual detentora do ainda melhor tempo mundial feminino da maratona, a competição dos míticos 42,195 km (que vem desde o início das Olimpíadas, nascidas na Grécia). 

Trata-se também de uma atleta britânica, a inglesa Paula Radcliffe, com o fantástico tempo para uma mulher de 2h15’25”, e que toda a gente que gosta deste desporto, recorda que numa maratona olímpica (Pequim, 2008), em que estando em sérias dificuldades físicas, por indisposição, preferiu perder alguns lugares e chegar modestamente (23ª), a abandonar a competição, num exemplo de desportivismo difícil de superar. Ou os que, perante um companheiro em dificuldades não hesitam em perder segundos para o ajudar.

Esta atitude começa no entanto, nos tempos actuais, a tornar-se mais rara, porque aquilo que Israel Horowitz critica nesta sua magnífica peça, agora em cena num dos nossos palcos de eleição, ou seja a “competitividade” (termo detestável), cega e desumana, que grassa no seio da sociedade capitalista em que vivemos, tende a atingir até um desporto de massas, como é este de que tanto gostamos. 

Enganar, derrubar, trair, passaram a ser considerados passos aceitáveis no caminho de um qualquer sucesso social. Explorar o próximo, derrubá-lo para o ultrapassar, deixaram de constituir entraves morais para muitos, incapazes de raciocinar por si próprios.

“Mérito” da comunicação que temos, que invade as casas, da escola que pretendem que tenhamos, para deformar os jovens à medida das necessidades do sistema social vigente. 

Eis o que Horowitz nos faz pensar através da sua comédia, absurda porque não há uma referência directa à realidade, a sua linha pode ser qualquer coisa. Ao estilo dos seus amigos pessoais, Ionesco e Beckett, Horowitz traça um retrato das relações humanas na sociedade capitalista modelo que é o seu país natal, os EUA (em 1967, porque depois têm vindo a piorar...). Até mesmo as relações entre os sexos tendem a mercantilizar-se, como o denunciam tantos artistas contemporâneos, mas que Horowitz já aqui mostra, uma vez mais pelo absurdo.

Através de um texto muito vivo, numa linguagem quase vulgar, às vezes muito rude, Horowitz e o seu encenador Armando Caldas, prendem-nos a esta intriga, que se desenrola num cenário minimalista, em que o único adereço é uma linha branca, que todos pretendem ultrapassar, recorrendo a todos os truques sujos e que no final será retirada pelo “vencedor”.

Uma citação aos actores, excelentes, João José Castro, Miguel Almeida, Cristina Miranda, João Pinho e Fernando Tavares Marques.

Por favor não percam.


Adenda: compreendo a t-shirt de Israel Horowitz (ver foto que obtive na Internet). Eu também teria provavelmente votado assim naquelas eleições, mesmo prevendo as desilusões a curto prazo. Mas sempre foi uma pedrada no charco daquela sociedade de um ainda muito forte racismo!




FREARS (Philomena), SCORSESE (The Wolf of Wall Street)

SOBRE O CINEMA EM EXIBIÇÃO EM LISBOA

(1)-O QUE JÁ VI E GOSTEI

(1.1) – DE VISÃO RECENTE

FILOMENA, de Stephen Frears (***)

Realizado por um cineasta inglês (como Steve McQueen), com um “savoir faire” inegável, mas com obras algo desiguais. Para mim as melhores são o seu famoso “Ligações Perigosas” e o excelente “Liam”.
Agora trata-se de uma obra muito interessante sobre famílias desfeitas, tendo como pano de fundo o que se passava na  igreja católica, irlandesa e não só, em meados do século XX. O seu fundamentalismo,  responsável pelos crimes cometidos por membros da sua hierarquia, que vão da venda de crianças à pedofilia, passando pela escravatura de jovens mulheres entregues às instituições religiosas.
Frears adaptou um relato jornalístico sobre um facto real, escrito por um jornalista britânico, ex-acessor (depois despedido) de um PM de triste memória, em especial pelos seus envolvimentos com os EUA e a CIA, Tony Blair.
Um outro aspecto que este filme também refere, de passagem, é a posição da direita norte-americana (Partido Republicano, em especial) em relação ao tratamento dos doentes com SIDA (AIDS),  contribuindo, tal como a Igreja Católica, para a sua fatal propagação. Crimes contra a Humanidade que têm aliás sido silenciados nos Media controlados pelo actual poder económico e político de direita. Nesta história, real de acordo com a ficha tecnica, é afinal um jovem membro daquele partido de direita, quase sempre extremista, que por ironia, acaba também por ser vítima da política que defendeu para a saúde (assesor do Bush Pai) ...
Com excelentes actores: a veterana actriz de teatro e de cinema, Judi Dench, com pelo menos dois desempenhos notáveis que eu conheça no cinema, em obras de Richard Eyre (Note on a Scandal) e James Ivory (A Room with a View) e o actor Steve Coogan, menos conhecido mas aqui também magnífico, entre outros.

LOBO DE WALL STREET (O) (The Wolf of Wall Street), de Martin Scorsese (****)

Desta vez os protagonistas são os novos gangsters de colarinho branco, responsáveis pela miséria de milhões e a morte de muitos milhares de cidadãos e a correspondente criação de alguns novos milionários, que Scorsese retrata.
Mas matanças já não são ao estilo de Chicago. Agora matam ainda mais pelo desemprego, pela falta de apoios sociais, pela falta de apoio à saúde, pelo despejo da casa... num retorno às políticas mais agressivas do sistema económico em vivemos, assente na exploração dos trabalhadores. E continuam a matar muito.
Só dois aspectos mais: se por um lado as fortunas destes candidatos a multimilionários crescem como cogumelos num solo pútrido, o da sociedade capitalista, por outro a principal personagem do filme, um corrector de Wall Street, aliás real, é de origem social atípica, provindo não do seio da grande burguesia donde saiem habitualmente os que têm sucesso na banca e no mundo financeiro, mas dos extractos sociais  desfavorecidos, vítimas da exploração e da pobreza. Por isso, como no filme, são candidatos também à queda a prazo. E quando caiem denunciam os seus pares, como no filme, procurando sobreviver.
Realizado com a mestria habitual deste grande cineasta estado-unidense, desta vez num estilo muito directo, muitas vezes mal educado e rude, como os seus personagens, envolvidos nos negócios das Bolsas, da especulação financeira e da corrupção, no sexo sem limites e nas drogas.

(2) OS OUTROS, JÁ VISTOS HÁ MAIS TEMPO

BLUE JASMINE, de Woody Allen (****)

Notável obra sobre os reflexos da crise capitalista nos EUA. Talvez seja um dos filmes mais claramente políticos deste brilhante intelectual estado-unidense, ou deveria dizer, nova-iorquino manhattanense?
A ascensão e queda duma pequena burguesa (Jasmine) e dos seus pares (o companheiro metido nos esquemas fraudulentas da alta finança e das bolsas, que passámos também infelizmente a conhecer), em plena crise capitalista. Mais trágico que irónico.

DOZE ANOS ESCRAVO (12 Years a Slave), de Steve McQueen (*****)

Um filme magnífico sobre a escravatura nos EUA, de um artista na área das artes visuais (pintura, instalações), que faz aqui mais uma incursão brilhante no cinema, a terceira, depois de uma estreia excepcional com “FOME” (Hunger).
Os acólitos do Império, na crítica dos jornais, obviamente que não gostaram. Mas não é só tematicamente que o filme é importante, mas também pela qualidade da linguagem. Mas nem isso “eles” lhe querem reconhecer. Ou talvez não lhe sejam sensíveis... Posso rir?
Nota: Acaba de receber o prémio britânico para o melhor filme do ano (BAFTA)

PROPÓSITO DE LLEWYN DAVIES (A) (Inside Llewyn Davis), de Joel e Ethan Coen (****)

Um mergulho, cheio de fascínio, na Manhattan dos anos 60 e dos que sonhavam fazer carreira no mundo da música. Sobre mais um dos seus “heróis” desastrados, a quem o sucesso não sorri. Triste e melancólico mas com todo o brilhantismo cinematográfico habitual dos manos Coen.

TAL PAI, TAL FILHO, (Soshite chichi ni naru), de Hirokazu Koreeda (***)

Os reflexos das mentalidades   saídas das universidades que formatam sem escrúpulos (à la crato) os jovens para as necessidades do sistema capitalista, em famílias em crise ocasionada pelo funcionamento desumano do sistema.
No estória do filme trata-se de uma troca de bebés, que só anos depois é descoberta e de todas as consequências que daí advém, a começar pelo hospital (privado) a querer fugir às resposabilidades enquanto não arranjam um bode expiatório, e às famílias postas perante uma situação inesperada e chocante.

(2-)O QUE AINDA NÃO VI MAS QUERO VER (se for a tempo...)

NINFOMANÍACA (Partes I e II), de Lars von Trier

Suponho que se trata de mais uma provocação à von Trier, que fará simultaneamente as delícias de um público burguês, ávido de cenas escandalosas e o protesto, escandalizado, dos mais conservadores.
Do grande cineasta de outras vezes pouco restará, a não ser, provavelmente,  o seu “savoir-faire”. Ou daí talvez não. De von Trier tudo se espera. Veremos.

QUANDO TUDO ESTÁ PERDIDO (All is Lost), de J.C.Chandor

O meu interesse na obra reside apenas no desempenho de um grande actor Robert Redford, já veterano, com participações em grandes filmes, que aqui comete uma proeza de representação, a crer nalgumas referências críticas.
Nesta obra é o mar que se torna o obstáculo que se tem que  superar para não perecer, mas relembre-se a propósito outro grande desempenho, inesquecível, deste notável actor (e também magnífico realizador) em JEREMIAH JOHNSON (As Brancas Montanhas da Morte), de 1972, esse sim um belíssimo filme dirigido por outro nome grande da Sétima Arte, o saudoso Sidney Pollack. Então era o gelo e a neve que era preciso vencer para sobreviver.

VIDA DE ADÈLE (A), de Abdellatif Kechiche

Kechiche, grande cineasta, que já nos deu obras brilhantes, faz uma incursão pela diferença. De certa maneira o seu magnífico “Venus Noire” já fazia prever uma evolução temática na sua obra. Mas de risco elevado. Vamos ver como se sai.

20-Fev -2014


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

DO CINEMA EM EXIBIÇÃO NA NOSSA CIDADE (na última semana de Janeiro)



SOBRE O CINEMA EM EXIBIÇÃO EM LISBOA

(1)- O QUE JÁ VI E GOSTEI

12 ANOS ESCRAVO (12 Years a Slave), de Steve McQueen (*****)

Um filme magnífico sobre a escravatura nos EUA, de um artista na área das artes visuais (pintura, instalações), que faz aqui mais uma incursão brilhante no cinema, a terceira, depois de uma estreia excepcional com “FOME” (Hunger). 

Os acólitos do Império, na crítica dos jornais, obviamente que não gostaram. Mas não é só tematicamente que o filme é importante, mas também pela qualidade da linguagem. Mas nem isso “eles” lhe querem reconhecer. Ou talvez não lhe sejam sensíveis... Posso rir? 

BLUE JASMINE, de Woody Allen (****)

Notável obra sobre os reflexos da crise capitalista nos EUA. Talvez seja um dos filmes mais claramente políticos deste brilhante intelectual estado-unidense, ou deveria dizer, nova-iorquino manhattanense? 

A ascensão e queda duma pequena burguesa (Jasmine) e dos seus pares (o companheiro metido nos esquemas fraudulentas da alta finança e das bolsas, que passámos também infelizmente a conhecer), em plena crise capitalista. Mais trágico que irónico.

TAL PAI, TAL FILHO, (Soshite chichi ni naru), de Hirokazu Koreeda (***)

Os reflexos, das mentalidades saídas das universidades que formatam sem escrúpulos ("à la crato") os jovens para as necessidades do sistema capitalista, em famílias em crise ocasionada pelo funcionamento desumano do sistema. 

No estória do filme trata-se de uma troca de bebés, que só anos depois é descoberta e de todas as consequências que daí advém, a começar pelo hospital (privado) a querer fugir às responsabilidades enquanto não arranjam um bode expiatório, e às famílias postas perante uma situação inesperada e chocante.

A PROPÓSITO DE LLEWYN DAVIES (Inside Llewyn Davis), de Joel e Ethan Coen (****)

Um mergulho, cheio de fascínio, na Manhattan dos anos 60 e dos que sonhavam fazer carreira no mundo da música. Sobre mais um dos seus “heróis” desastrados, a quem o sucesso não sorri. Triste e melancólico mas com todo o brilhantismo cinematográfico habitual dos manos Coen. 

(2-) O QUE AINDA NÃO VI MAS QUERO VER

O LOBO DE WALL STREET (The Wolf of Wall Street), de Martin Scorsese

Desta vez são os gangsters de colarinho branco, responsáveis pela miséria de milhões e a morte de muitos milhares de cidadãos e a correspondente criação de alguns novos milionários, que Scorsese retrata. Mas matanças já não são ao estilo de Chicago. 

Realizado, julgo, com a mestria habitual. A confirmar.

NINFOMANÍACA, de Lars von Trier

Suponho que se trata de mais uma provocação à von Trier, que fará as delícias de um público burguês, ávido de cenas escandalosas e o protesto escandalizado dos mais conservadores. 

Do grande cineasta de outras vezes pouco restará, a não ser o seu savoir-faire, provavelmente. Ou daí talvez não. De von Trier tudo se espera. Veremos.

A VIDA DE ADÈLE, de Abdellatif Kechiche

Kechiche, grande cineasta, que já nos deu obras brilhantes, faz uma incursão pela diferença. De certa maneira o seu magnífico “Venus Noire” já fazia prever uma evolução temática na sua obra. Mas o risco é sempre elevado. Vamos ver como se sai.



TAL PAI, TAL FILHO



TAL PAI, TAL FILHO (SOSHITE CHICHI NI NARU), de Hirokazu Koreeda

A propósito de "TAL PAI, TAL FILHO" (2013), do cineasta nipónico Hirokazu Koreeda (Tóquio, 1962) 

Porque é das Variações Goldberg (que são 30, mais esta ária), de Johann Sebastian Bach, parte da música que acompanha essa excelente obra de cinema. 

Refira-se que a tradução do título no Brasil (Pais & Filhos) é bem mais interessante, em minha opinião, que a portuguesa, como tantas vezes sucede. 

Porque é disso afinal que se trata: o diferente comportamento dos pais perante a descoberta, alguns anos mais tarde, da insólita troca dos filhos, logo após o seu nascimento, na mesma data num hospital de Tóquio. Privado, parece entender-se.

Koreeda aproveita para fazer, através deste drama familiar, uma crítica à sociedade capitalista e a sua crescente desumanização nas últimas décadas, no Japão ou no resto do mundo capitalista, que veio agravar-se muito perante mais uma das crises cíclicas, e com tendência a serem cada vez mais graves, deste sistema económico assente na exploração dos trabalhadores. 

Oiçam a introdução a esta maravilha de J.S. Bach e não percam o filme.

(pequena nota publicada no facebook a acompanhar a ária das Variações Goldberg)

Na imagem, o autor e os seus principais intérpretes


https://www.google.pt/search?q=soshite+chichi+ni+naru/like+father+like+son&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=9xbyUoqLJMeV7AajsYH4BA&ved=0CAcQ_AUoAQ&biw=1212&bih=566#facrc=_&imgdii=_&imgrc=JkhJjwwY6pSISM%253A%3BMrjKM0svhPk2XM%3Bhttp%253A%252F%252Fimages2.festival-cannes.fr%252F%252Fthumb.php%25253FsourceDirectory%25253D%252Fassets%252FImage%252FGeneral%252F%252526sourceFile%25253DFilename__12972_51975ab759050.png%252526predefinedSize%25253Dquotidien_image_visuel_day%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.festival-cannes.fr%252Fpt%252Ffestival%252F2013-05-18%252FtheDailyPhotos.html%3B573%3B382




SORRISOS DE UMA NOITE DE VERÃO



SORRISOS DE UMA NOITE DE VERÃO (SOMMARNATTENS LEENDE), de INGMAR BERGMAN

No prosseguimento do CICLO INGMAR BERGMAN, em Lisboa no NIMAS, foi exibida mais uma obra-prima, absoluta, deste mestre da Sétima Arte.

Quando pensamos nos grandes mestres temos sempre, em minha opinião, que citar Ingmar Bergman entre os outros grandes, como Luchino Visconti, Serguei Eisenstein, Luis Buñuel, Jean Renoir, Federico Fellini, Stanley Kubrick, Akira Kurosawa, Kenji Mizoguchi, Satyajit Ray, Charles Chaplin, Orson Welles, e mais alguns. 
Pelo admirável conjunto das suas obras, quase que sem dissonâncias. 

O que não significa que não haja grandes filmes realizados por outros realizadores, muitos deles contemporâneos, alguns de língua portuguesa, de que gostamos aliás muito. 

Quanto a este SORRISOS DE UMA NOITE DE VERÃO , de 1957, é uma daquelas jóias inesquecíveis que tem como motivo a eterna luta dos sexos, fazendo pensar acima de tudo no teatro de Shakespeare, brilhantemente encenada por Bergman e interpretada pelos seus actores, entre os quais é justo destacar o belíssimo quarteto feminino (sem menosprezo pelos excelentes actores masculinos), constituído por Ulla Jacobson (Anne), Eva Dahlbech (Desiree), Margit Carlqvist (Charlotte) e a extraordinária Harriet Anderson (Petra), no papel da criada, que irá fechar o filme, num triunfo do amor e da vida sobre a morte (uma vez mais em Bergman!).

Tenho muita pena que a maioria dos amigos e amigas não possam ver este filme, porque é daqueles que nos faz gostar muito da arte das imagens. 

Não substitui, é óbvio, a vida, mas ao retratar, mesmo a sorrir, aspectos fundamentais dela, faz-nos pensar, também com um sorriso.

(nota publicada no facebook)


https://www.google.pt/search?q=sommarnattens+leende+bergman&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=PxTyUob2MOjy7Abc24CQCA&ved=0CAcQ_AUoAQ&biw=1212&bih=566#facrc=_&imgdii=_&imgrc=JNS34wi0oS47rM%253A%3Bspl2LPOnBfgz6M%3Bhttp%253A%252F%252F24.media.tumblr.com%252Ftumblr_m7f88tbxXJ1qmemvwo1_500.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fozu-teapot.tumblr.com%252Fpost%252F27568500459%252Fsommarnattens-leende-smiles-of-a-summer-night%3B500%3B372