Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sábado, 31 de outubro de 2015

SEMANA CULTURAL DO INTERVALO GRUPO DE TEATRO (I)



SEMANA CULTURAL DO INTERVALO GRUPO DE TEATRO 2015

1º DIA - HOMENAGEM A FERNANDO TAVARES MARQUES

A 36ª Semana Cultural do Intervalo Grupo de Teatro começou dia 5 de Outubro, segunda-feira, com uma noite que nunca vamos esquecer, pela qualidade e principalmente pela emoção que atravessou o espectáculo, do palco para a plateia e vice-versa.
Foi o dia da homenagem ao poeta, actor e leitor de poesia, autor de peças principalmente para a infância, Fernando Tavares Marques, cuja actividade neste grupo de teatro já vem desde os seus primeiros tempos até ao recente e enorme êxito da dramatização do romance "Ratos e Homens", de John Steinbeck, onde o actor, num dos dois papéis principais julgo que atingiu um dos níveis de representação mais elevados da sua já longa carreira, no teatro, cinema e televisão.

Em todas estas actividades este Homem tem revelado uma qualidade que o poderia ter guindado a um lugar de destaque na cultura do nosso país. 

Se isso porém, incompreensivelmente, não tem acontecido resulta certamente do facto deste grande actor e poeta estar permanentemente envolvido em múltiplas actividades em prol de uma sociedade mais justa e fraterna, que lhe deixam pouco tempo para as tarefas pessoais, como as de promoção pessoal, que muitos fazem afanosamente. 

Ficamos por isso admirados por os seus excelentes poemas, por vezes belíssimos, não estarem publicados em livro ou não existir um disco a eles dedicado.

Mas para além de tudo isto este é um cidadão solidário e fraterno que é, para todos nós, um exemplo de dedicação à luta pela melhoria de vida dos seus concidadãos.

Não admira por isso os belíssimos textos e intervenções que lhe dirigiram o escritor e poeta, Domingos Lobo, o jornalista e crítico de televisão, Correia da Fonseca, o jornalista e crítico de cinema e artes de palco, Tito Lívio. 

Ficaram registados na nossa memória o verso de Atahualpa Yupanqui, "yo tengo tantos hermanos que no los posso contar", da famosa e belíssima canção "Los Hermanos", que Correia da Fonseca citou ao referir-se ao cidadão Tavares Marques. Ou uma das mais belas e tocantes homenagens que se podem fazer a um actor que é oferecer-lhe a leitura da obra-prima "O Actor", do enorme poeta que foi Herberto Hélder, lida por Tito Lívio. 
Foi emocionante também ver como o actor e encenador Armando Caldas, director e encenador principal do Intervalo Grupo de Teatro, se dirigiu ao seu "Irmão" Fernando Tavares Marques, testemunhando uma amizade de quase meio século, que nenhuma vicissitude destruiu.

Ou como o maestro e músico, Luís Macedo, também magnífico colaborador do Intervalo em tantos e tantos espectáculos, lhe ofereceu a interpretação de alguns dos seus muito belos poemas, por si musicados e interpretados e tocados por ele e seus dois jovens acompanhantes.

A fechar a noite, na resposta a um convite do próprio homenageado, o seu conterrâneo de juventude e cantor, Jorge Fernando, acompanhado pela jovem revelação do fado, Filipa Cardoso e os seus três magníficos músicos, apresentou algumas das belas canções que constituem o seu repertório, quase todas da sua autoria.

E foi num ambiente emocionado que o público que esgotou o Auditório Lourdes Norberto e todos os artistas presentes homenagearam de pé Fernando Tavares Marques, num longo e sentido aplauso.

6 de Outubro de 2015



HOMEM IRRACIONAL

HOMEM IRRACIONAL (Irrational Man)

O meu regresso auspicioso às salas de grande ecrã depois de prolongada ausência, forçada.
Tal como as personagens e o seu criador também eu sou fiel admirador das obras de Dostoievski.
Mas o drama acaba por se transformar em sorrisos perante o humor, inteligente e subtilmente irónico, deste grande Autor, Woody Allen. 
Com Emma Stone e Joaquin Phoenix.

Um prazer cinéfilo!

(visto nas Amoreiras, Lisboa, em 3-Out-2015)



Obs: 
Peço desculpa da  escassez de comentários. Gostaria de fazer algo de mais completo, com resenha biográfica de autor, actores e escritor citados no nota, além de uma opinião mais fundamentada em aspectos da obra. Quando tiver tempo fá-lo-ei, porque gostei muito deste filme, repito, pela sua inteligência e humor. A cena final no elevador é, ao mesmo tempo, trágica e irresistivelmente irónica e mesmo cómica. Muito woodyliana... 

ARDENTE PACIÊNCIA



ARDENTE PACIÊNCIA (Ardiente Paciencia), de Antonio Skármeta

Julgo que muito poucos amigos/as, mesmo os que são cinéfilos (até alguns serão "ratos de cinemateca" - sem nenhum sentido perjorativo, bem pelo contrário!) conhecerão este belíssimo filme, homenagem ao grande poeta Pablo Neruda, Nobel da Literatura, que o celebrado escritor chileno Antonio Skármeta, autor do romance homónimo, também conhecido por O CARTEIRO DE PABLO NERUDA, realizou ele próprio em Portugal, com alguns actores profissionais e muitos amadores sem experiência, quase todos chilenos no exílio, como Skármeta, saídos do Chile depois do golpe fascista da CIA e de Pinochet, em Setembro de 1973, que levou ao assassínio do Presidente Salvador Allende e de milhares de patriotas chilenos. 

A obra foi realizada em Portugal em 1983, com colaboração de técnicos portugueses e produzida por Henrique Espírito Santo, um dos grandes nomes do cinema português. Muito mais perto do romance original de Skármeta que a obra homónima que o cineasta inglês Michael Radford haveria de transformar num dos maiores sucessos comerciais de obras de qualidade (mais de 2 anos de exibição ininterrupta no saudoso Cinema Mundial, em Lisboa). 

A obra de Skármeta tem no entanto uma autenticidade, de que resulta também uma enorme beleza, que o cinema comercial raramente consegue atingir por muitos méritos que tenha o filme de Radford. 



O realizador Antonio Skármeta e o produtor Henrique Espírito Santo procuraram encontrar nas belas e agrestes paisagens da nossa costa, algures entre a Figueira da Foz e Mira, algo que conseguisse reproduzir a Isla Negra, onde Neruda viveu grande parte da sua vida (filmar no Chile dominado pelos fascistas seria obviamente impossível). E julgo que ficaram satisfeitos com o resultado.

Se alguma vez conseguirem ver este admirável ARDIENTE PACIENCIA não percam. Belo e trágico. Realista e emocionante.










BLOGUISTA DE REGRESSO

Depois de mais de dois meses de ausência forçada regresso a este espaço. 
Obviamente que não são só as publicações que rareiam, é também o ter perdido muito do me interessava. 
Lamento em especial o ter faltado a espectáculos e eventos culturais que não são repetíveis e dos quais nem sequer existem gravações, as  quais seriam obviamente sempre limitadas.