WEST SIDE STORY (Amor Sem Barreiras) (1961)
de Robert Wise e Jerome Robbins, música de Leonard Bernstein, letras de Stephen Sondheim, coreografia de Jerome Robbins, genérico de Saul Bass, interpretação de Natalie Wood (Maria) à frente de um magnífico conjunto de actores
Esta é só uma pequeníssima nota introdutória porque assim que puder gostaria muito de ser capaz de defender esta maravilhosa obra, que ainda hoje entusiasma e emociona até às lágrimas plateias com alguma cultura (visto em ecrã gigante no grande auditório do CCB quase cheio), contra a opinião de alguns gurus da crítica de cinema que, suspeito, foi a questão ideológica subjacente, a crítica ao racismo e à desigualdade social da sociedade norte-americana, expressa até na composição dos grupos constituídos por jovens oriundos das classes trabalhadores ou de famílias imigrantes, neste caso de origem hispânica como os norte-americanos dizem, o que mais os feriu embora não o referissem, dada a conhecida simpatia pela política norte-americana que esses gurus têm.
Os autores da obra preferiram apelar à sensibilidade e inteligência dos espectadores em vez de fazerem grandes discursos, nomeadamente com a canção "América", que não devemos ter ouvido traduzida na íntegra na versão que passou em Lisboa na estreia (já não me lembro), e na dramática cena final quando o corpo do jovem amante é levado em ombros por elementos dos dois grupos, o dos "americanos" e dos imigrantes porto-riquenhos.
Nem Natalie Wood aliás esses gurus poupam, apesar de surgir esplendorosa na cena inicial do baile, vestida de branco e depois na cena final da morte de Tony (Richard Beymer), vestida de vermelho. Um aspecto que continua a impressionar é que, tirando Natalie Wood, uma actriz consagrada, a maioria dos outros são jovens actores e actrizes em início de carreira ou secundários excelentes (os polícias, o dono do bar) o que cria à interpretação uma rara homogeneidade, sem vedetismos.
No final, rompendo a tradicional reserva dos espectadores de uma sala escura perante uma obra que corre no ecrã, o público aplaudiu, o que não deixa de emocionar!
(texto escrito no Facebook, em 17-Jun-2018)
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