OS AMANTES CRUCIFICADOS (Chikamatsu Monogatari) (1954)
Um dos mais belos filmes do grande mestre nipónico, um dos maiores realizadores da Sétima Arte.
Como o Amor é perseguido, condenado (mas só se os poderosos não estiverem envolvidos e, mesmo às vezes nesse caso, se não forem homens), nas sociedades onde os mais ricos e as religiões dominam.
Num Japão feudal, que é olhado sem nenhuma complacência. Com imagens das mais belas que o cinema nos tem dado.
Tenho pena que os textos publicados no catálogo do ciclo sobre Mizoguchi sejam algo parciais, ignorando a crítica social que existe na obra, e muito forte, mostrando a corrupção e os jogos de poder nessa época, no Japão ou em qualquer outra parte do mundo.
CONTOS DA LUA VAGA (Ugetsu Monogatari) (1953)
De Mizoguchi disse Orson Welles, outro génio, que qualquer elogio que se lhe faça nunca será excessivo. É o que sentimos ao rever estas obras-primas da Sétima Arte.
Contos da Lua Vaga, o mais conhecido dos filmes de Mizoguchi, é de uma beleza insuperável, realista e mágico, num Japão do século XVI. Mas esta magia, é preciso que se diga, tem muito a ver com o sonho, com o desejo de melhores dias, algo muito humano que o mais terra a terra dos seres humanos não desdenha.
E nunca esquecer o argumentista de Mizoguchi, ao longo de grande parte da sua obra, Yoshikata Yoda, um homem progressista, a quem o mestre nipónico muito deve.
Kenki Mizoguchi
Yoshikata Yoda
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