Dashiell Hammett e John Huston: fizeram obras-primas !
Acabei de reler e ver (em casa). São ambos muito bons, o livro (1930) e o filme (1941), embora seja sempre muito difícil passar para o cinema tudo o que está num grande romance e provavelmente a censura, em especial nos USA, a dos ditos bons costumes, deve te-lo proibido...
Com Humphrey Bogart e Mary Astor.
FILME NEGRO
Malthese Falcon (The) – Relíquia Macabra, de John Huston (USA,
1941) ***** (5)
Uma pequena nota de 2005:
"Foi a estreia em grande estilo de John Huston atrás
das câmaras. E mais de 60 anos passados permanece como uma obra que nos
continua a fascinar, exemplo perfeito do denominado filme negro (film noir,
como lhe chamaram). Com Humphrey Bogart (Sam Spade), Mary Astor (Brigid
O’Shaughnessy) e Peter Lorre (Joel Cairo) nos principais papéis, na história
trágica de um bando de aventureiros na busca vã de uma desaparecida estatueta,
feita de ouro e diamantes.
Filmada praticamente em interiores, a obra deve
muito ao argumento do grande romancista norte-americano Dashiel Hammett
(1894-1961). E a talhe de foice refiram-se alguns dos principais nomes além de
Dashiell Hammett, dessa vertente do romance norte-americano – a do romance
negro, que se filia no social para desenvolver as suas por vezes complexas
intrigas. Raymond Chandler (1888-1959), Horace Mccoy (1897-1955) e, mais
recente, Ross Macdonald (1915-1983). Gostamos
muito de todos eles. Para o iniciado não será de mais lembrar “The Long
Goodbye” (O Imenso Adeus), de Chandler, com o seu “herói”, o detective privado
Philip Marlowe, ou “No Pockets in a Shroud” (O Pão da Mentira), de Horace
McCoy, protagonizado pelo jornalista Mike Dolan, ou “The Sleeping Beauty” (A
Bela Adormecida), de Ross Macdonald, cujo principal personagem é o detective
privado Lew Archer, além do próprio “The Maltese Falcon”, de Hammett. E o
cinema não os esqueceu, com várias adaptações de algumas das suas obras ou
sobre eles próprios, como Wim Wenders e o seu magnífico “Hammett”.
Sobre o cineasta (John Huston) e o seu protagonista
(Humphrey Bogart), duas figuras maiores da sétima arte, todos os cinéfilos lhes
conhecem as carreiras ímpares. Convém lembrar, para os mais novos, que ainda o
não tenham visto, que os dois se voltaram a cruzar pelo menos em mais meia
dúzia de vezes, uma das quais num outro grande momento de cinema, o famoso “The
African Queen” (A Rainha Africana), com Katherine Hepburn no papel da irmã do
missionário que com Bogart, um aventureiro que se redime, irão atacar o navio
alemão, na Guerra de 14-18. Filme de culto a que o tempo não consegue diminuir
a aura. Muitos anos mais tarde Clint Eastwood haveria de relembrá-lo, num dos
seus melhores filmes, em minha opinião, “White Hunter, Black Heart” (Caçador
Branco, Coração Negro), uma inolvidável homenagem a Huston. *****
Egas Branco, visto na Cinemateca Portuguesa, em 9fev05 "
A seguir vai ser outra obra-prima do romance, The Big Sleep (À Beira do Abismo), de Raymond Chandler e adaptada por Howard Hawks. Primeiro leio e depois vejo. Depois vou passar a outros géneros.
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