“LES HERBES FOLLES” (As Ervas Daninhas), de Alain Resnais, (FRA), ***** (5)
Resnais volta a surpreender-nos com um filme moderno na linguagem e invulgar.
Tal como as ervas daninhas (talvez preferisse, silvestres), as personagens desta obra, crescem no filme aparentemente sem regras, desordenadas, com comportamentos por vezes inexplicáveis, desobedecendo à lógica rotineira. Não que a história não seja simples. É Resnais que lhe troca as voltas, como de outras vezes, e por isso nos fascina, com o seu narrador em off (Édouard Baer). Mesmo o final não é um só, mas dois, para o espectador quase poder escolher, a fazer lembrar o extraordinário “Smoking/ No Smoking”, baseado nas peças do dramaturgo inglês Ayckbourn.
Um filme que se vê com imenso prazer, também pela sua ironia e humor, tirando partido de dois grandes actores, incondicionais de Resnais - André Dussolier e a sempre fascinante Sabine Azéma. Embora não possamos esquecer as participações de outras duas grandes actrizes do cinema francês – Emmanuelle Devos e Anne Consigny. Como só acontece com meia dúzia de grandes criadores do cinema contemporâneo, parece que uma visão da obra não basta para saciar o espectador e dá vontade de permanecer sentado para assistir à sessão seguinte.
Até agora, em minha opinião, uma obra para discutir o lugar de preferida do ano.
***** (5)
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