Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

DUAS MULHERES, de João Mário Grilo

“DUAS MULHERES”, de João Mário Grilo, (POR), **** (4)

Primeira parte de uma projectada trilogia, “A Condição Humana”, do estudioso, crítico e realizador de cinema. Em minha opinião o mais perfeito dos seus filmes.
“Não faço grande diferença entre ficção e documentário. Sigo um bocado a vida à minha volta. E senti que era preciso dizer alguma coisa sobre o que eu chamaria um certo mal-estar, que parece uma coisa muito geral, pouco precisa. Aquilo que os alemães fizeram nos anos 20. (…) Mas não é apenas uma crise económica.” João Mário Grilo a João Antunes (JN, 29-Jun-10)
E consegue-o através das suas personagens. Os homens, que trabalham no ramo financeiro, o administrador profundamente católico, que fala sempre nos desfavorecidos, mas que especula com milhões e irá despedir os seus empregados quando necessário. Magnífica a cena do crucifixo, que antecede o sexo. Os seus jovens de confiança (yuppies), com muito poucos escrúpulos mas sempre prontos a agradar ao patrão. E as mulheres, com profissões liberais – a médica psiquiatra, que ascendeu socialmente ao casar com o gestor financeiro, e a modelo, que é também prostituta de luxo, que seduz a Drª. Joana (Beatriz Batarda).
Depois a tragédia há-de acontecer e teremos um final muito pessimista, que quando forem ver perceberão.
A direcção de actores é magnífica, com especial relevo para Beatriz Batarda, num papel surpreendente para quem a conhece do teatro, dos grandes papéis clássicos, como uma das melhores actrizes portuguesas da actualidade, quer no palco, quer no cinema. Brilhante!
**** (4)


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