INCEPTION (A Origem), de Christopher Nolan, EUA, ** (2)
Se o realizador gere com alguma eficácia a panóplia de efeitos especiais postos à sua disposição, no final, depois de 2h30’ de filme, fica para o espectador a frustrante sensação de “tempo perdido”.
Os incondicionais da obra dizem que “assume … a estrutura dos jogos de vídeo”.
No entanto, em minha opinião, o relativo mérito de Nolan é ter conseguido imergir o espectador num universo onírico, tal como as suas personagens, onde impera o “non-sense” e, a curto prazo, quem vê o filme abandona-se às imagens, deixando de procurar uma explicação racional para o que vê.
Pode ser interessante para quem ache que os efeitos visuais se bastem a si próprios, que não é o meu caso.
O argumento algo rebuscado, refere-se aos que tentam entrar no subconsciente de outrem, drogando-o primeiro, e interferindo depois, por “artes mágicas”, na mente da vítima. Algo parecido, nos efeitos, com as visões subliminares de que o consciente não chega a tomar nota, porque “não vê, nem ouve”, mas que, no entanto, parecem mais possíveis.
O relativo interesse da obra acaba por ser, para quem já experimentou, como nós, a inquietante interferência do subconsciente com o consciente (mas não através da utilização das drogas convencionais, descansem, mas sim numa cama de hospital, após operação muito delicada), o de levantar questões sobre campos algo difusos para o cidadão comum.
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