De regresso a Lisboa fui surpreendido por uma assistência de mais de meia centena de pessoas (às 15.30!) na nova obra-prima documental do mestre Frederick Wiseman (Boston, 1930).
De Lorca (“A Casa de Bernarda de Alba”) a Pina Bausch (“Orfeu e Euridice”), de Tchaikovsky (“Quebra-Nozes”) a Berlioz (“Romeu e Julieta”), o “Sonho de Medeia”, de famoso coreógrafo francês Anglin Preljocaj, entre outras obras.
E que dizer da maravilhosa cena-símbolo, do apicultor sobre os telhados de Paris, imensa colmeia, tal como a Ópera o é também, embora o néctar produzido seja diferente... A não perder para quem se interessa por Cultura.
Fez-me pensar nas palavras de Pedro Paixão, o escritor, e agora também fotógrafo, ditas à jornalista Catarina Pires, numa interessantíssima entrevista publicada no DN, em finais de Julho deste ano.
“Fico como uma lebre encadeada pelos faróis de um carro. (..) O fascínio (do belo) paralisa.”
Mas para lá da beleza das obras apresentadas no filme de Wiseman, há também o ter mostrado como tudo aquilo só se consegue com um enorme esforço colectivo, que envolve desde os trabalhadores do teatro, executantes das tarefas mais simples, mas também decisivas, até aos artistas e à responsável artística pela companhia. Neste caso a ex-bailarina Brigitte Lefevre.
Em conclusão, outra obra admirável de Wiseman, a juntar à sua retrospectiva, já apresentada num dos últimos DOCLISBOA.
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