DESILUSÕES
E ALEGRIAS CINÉFILAS
1-ALEGRIAS
Li
na revista “POSITIF” de Abril, na sua quase sempre interessante
rubrica “Présences du Cinéma”, especie de diário, cada mês
editado por um dos críticos da revista (este mês por Grégory
Valens), que o Sindicato dos Críticos de Cinema Franceses elegeu
“AMOUR”, de Michael Haneke como o melhor filme francês em 2012 e
“TABU”, de Miguel Gomes, como o melhor filme estrangeiro do mesmo
ano!
Fiquei
contente porque gostei muito destas duas obras, a de Haneke que é,
em minha opinião, uma obra-prima, a de Miguel Gomes, que é um dos
mais interessantes filmes portugueses dos últimos anos. Aliás disso
dei conhecimento aos amigos oportunamente.
2-DESILUSÕES
No
dia do funeral do “monstro” (17-Abr)
Não
exagero dizer que o meu maior desgosto cinéfilo nos últimos tempos
foi saber que actriz norte-americana Meryl Streep havia aceite
representar na tela o papel de uma das mais sinistras personagens do
século passado, Margaret Thatcher, a PM britânica, cujos efeitos
perversos para a Humanidade da sua passagem pela política ainda se
fazem sentir. Foi amiga e comparsa dos Reagan, Bush, Pinochet,
Gorbachov e outras personagens do mesmo jaez, principais responsáveis
pelo declínio civilizacional das últimas décadas nesta parte do
mundo.
Quanto
a Meryl, eu até fazia por ignorar as suas participações em
obrazinhas menores e medíocres, mesmo que de grande sucesso
comercial (a ela devidos, claro!), como o insignificante e
irrelevante “Mamma Mia”, atendendo à sua brilhante participação
nalgumas obras inesquecíveis de Reisz, Pollack, Pakula, Benton, e
até Eastwood, etc, etc, citados de memória.
Mas
a sua participação em “The Iron Lady” (A Dama de Ferro) é
difícil de esquecer porque nem sequer se trata de uma obra isenta e
se o fosse até o aceitaria. Os elevados proventos económicos que
para a actriz terão resultado deste trabalho julgo que não
justificam tudo, muito menos o jeito que fez à realizadora, aliás
também autora do medíocre “Mamma Mia”-
Outra
desilusão foi a tristíssima rábula franco-russa protagonizada por
Gérard Depardieu, para fugir às taxas aplicadas à sua fortuna pelo
governo francês. Sendo um actor controverso quanto à qualidade
reconheço que gostei de alguns dos seus trabalhos nomeadamente nas
personagens de Cyrano, Jean Valjean, Maheu e Bellamy e mais algumas.
Lamentos
cinéfilos...
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