Uma Justificação prévia: como sou um bloguer de "trazer por casa" (posso rir?), não tenho nem tempo nem talento para grandes coisas. Assim vou partilhando, nos vários meios a que ainda me dão acesso, pequenas notas de gosto, dedicadas aos amigos. Espero que não me levem a mal...
A introdução no correio electrónico (e-mail):
Retransmito para as(os) interessad@s uma pequena nota que já
publiquei ontem no Facebook, sobre uma das obras em exibição na minha cidade,
que julgo valer uma visão (ou mais...). Acima de tudo para os que gostam muito
de Cinema e possam despender tempo e dinheiro... No entanto, não
pensem que sou crítico de alguma coisa. Sou apenas um modesto espectador
apaixonado pelo que considero ter qualidade.
Abraços
Egas
O texto original do Facebook, com uma ou outra gralha corrigida (se escapou alguma, peço desculpa):
“TO THE WONDER”, “À LA MERVEILLE” ou “A ESSÊNCIA DO AMOR”, de Terrence
Malick
Um poema escrito em linguagem do cinema. Outra belíssima obra, apenas a décima,
deste grande cineasta norte-americano, nascido em Ottawa, Illinois, EUA, em
30-Nov-1943.
Julgo que o título português não é muito feliz. Compare-se com o original
em inglês, ou com o francês. O que Malick nos vem dizer novamente, em minha
opinião, é que é para a Natureza, às vezes muito bela mas sempre indiferente
aos sofrimentos humanos, que podemos sempre olhar, sem ficar desiludidos.
Quanto à desesperada procura do amor eterno, da felicidade, seja lá o que isso
for, é uma tarefa humana por excelência, que muito poucos conseguem
alcançar.
Nesta obra, com imagens de marca do autor, belas como raramente as vemos nos
ecrãs, quase que podíamos dispensar as palavras.
Lembrei-me de uma frase que li, dita por outro génio da Sétima arte, o cineasta
italiano Bernardo Bertolucci, famoso autor de “Novecentos”, de “O Último Tango
em Paris” ou de “The Dreamers” (Os Sonhadores): - “Um filme de Chaplin será
interpretado de um modo muito semelhante por um italiano, um brasileiro e um
japonês. O cinema é a única língua que todos podem compreender porque, como
dizia Pasolini, o cinema é a língua da realidade.”
E no entanto poderíamos falar, a propósito deste filme-poema, muito sobre tudo
isto – o amor, a paixão, a adoração (aos deuses), e com visões muito pessoais,
porque Malick nos deixa campo para isso. Embora eu seja ateu, não me chocaram
os aspectos mais ou menos místicos da obra, e não sei sequer se Malick é
seguidor de alguma religião, porque não me parece que isso seja o
essencial.
O filme fecha com outra imagem do Mont-Saint-Michel (a que apresentamos em
baixo é do início do filme), uma das obras arquitectónicas com mais forte
ligação à Natureza que a rodeia (pelo menos em minha opinião), e talvez por
isso deixa-nos uma impressão imperecível.
Recomendável para os que gostam muito de Cinema e não se impressionam com um
estilo às vezes muito contemplativo.
EVB
ResponderEliminarMeu Caro,
Se pode rir, pode concerteza!
Quanto à noção de felicidade:
Aquela que, prolongada no tempo e tenha-se a arte de o fazer indefinida e amorosamente o mais possível, pela sensação de dever cumprido acompanha o indivíduo, tenha ele forças para isso, ao longo da sua vida.
Abraço
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Maio de 2013