Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sábado, 19 de dezembro de 2015

NOTAS CINÉFILAS

Meia dúzia de obras, no teatro e no cinema, vistas recentemente (com estrelas de gosto e tudo, de 0 a *****!)

1-Tudo Vai Ficar Bem (Everything Will Be Fine), de Wim Wenders - um belo regresso do cineasta alemão aos temas que lhe são caros - um acidente transforma a vida das pessoas nele envolvidas e será necessário que o tempo passe para que todos deixem de responsabilizar os outros no acontecido. (***)

2-Ponte dos Espiões (Bridge of Spies), de Steven Spielberg
uma remasterização dos filmes da Guerra Fria no que eles tinham de pior - uma propaganda cheia de mentiras e ódio. Mais grave ainda por ser apresentada em invólucro de luxo: o savoir faire da máquina de Hollywood. (0)

3-Montanha, de João Salaviza
uma bela e agreste primeira longa-metragem de um jovem cineasta português, sobre o que é ser adolescente numa sociedade em declínio social e económico, onde o desemprego e a droga grassa, que é o Portugal do início do século XXI com a política de direita no poder. Com a mudança de política neste final de ano a esperança renasce, mas o filme é anterior... (***)

4-Minha Mãe (Mia Madre), de Nanni Moretti
Uma obra-prima deste cineasta, numa bela homenagem, ficcionada, a sua mãe, a todas as mães. A descrição dos sonhos dos personagens que atravessam a obra é um dos seus aspectos mais interessantes, revelando os seus estados de espírito perante a inevitabilidade do fim da existência de uma pessoa amada e admirada por muitos. (*****)

5-Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert
As relações entre patrões e criados, no seio da grande burguesia brasileira. Uma pedrada no charco do cinema populista, com uma obra dirigida com admirável inteligência e sobriedade. Episódio da Luta de Classes, visão marxista da sociedade, disseram alguns e eu concordo. Vai concorrer aos Óscares (se passar os escolhos das censuras...) e é mais que merecido. (****)

6-A Tragédia Optimista, de Vsevolod Vichnievski, encenada por Rodrigo Francisco, para a Companhia de Teatro de Almada
Uma peça escrita em 1932, na URSS, sobre a Revolução, por quem a viveu. Apesar da complexidade do tema, que pretende abarcar diferentes visões de como transformar a sociedade, não deixa de nos impressionar e principalmente fazer pensar. Só por isso, discorde-se ou não dos aspectos mais controversos da encenação e do próprio texto escolhido (a peça teve várias versões, talvez intenção de Vichnievski para a tornar mais clara, penso eu, e aqui pesa obviamente o que se quer salientar....) vale a pena assistir.

Interpretada por actores profissionais e muitos estudantes da Escola Superior de Teatro e Cinema, uma referência para a novel estrela da Companhia e não só, Ana Cris. (***)



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