Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

terça-feira, 19 de julho de 2016

ARSENAL, de ALEKSANDER DOVJENKO


ARSENAL, de Aleksander Dovjenko (URSS-1929)

Outra das obras-primas do cinema mudo soviético, realizadas nos anos 20. Este filme retrata o período da 1ª Grande Guerra (1914-1918), com todos os seus horrores mas ao mesmo tempo a difícil luta pela Revolução Socialista na Ucrânia, numa homenagem aos militantes comunistas que lutaram e pereceram na luta por um mundo melhor e mais justo. A imagem fortíssima do operário revolucionário ucraniano, oferecendo o peito descoberto às balas dos contra-revolucionários, fecha a obra.



No entanto já em 1965, o grande historiador francês do Cinema, Georges Sadoul, na sua famosa obra Dicionário dos Filmes (que ainda hoje utilizo e os críticos burgueses detestam. Pudera!), afirmava que na versão francesa desta obra-prima da 7ªArte:
"o argumento é difícil de seguir numa versão francesa remontada, enquanto era coerente e apaixonante na versão russa deste filme romanesco e lírico, obra-prima da arte do mudo."
Que diremos nós agora da versão remontada e talvez cortada que nos é dado ver? Lamentável mas ... provavelmente coerente com quem organiza estes ciclos...

Em todo o caso a grandeza das imagens é tal que a sua visão se justifica sempre!

De facto quando se cita este filme que é uma das grandes obras-primas deste cineasta soviético, nascido na Ucrânia, em Sosnitsi, Aleksander Dovjenko, filme realizado na URSS em 1929, é quase sempre a imagem do seu herói, o operário revolucionário ucraniano, Timoch, que na parte final da 1ª Grande-Guerra (1914-1918) regressa a casa, desertando da frente de combate da guerra imperialista, que a Revolução de Outubro (1917) condena e Timosh incita os operários do Arsenal a pegarem em armas para defenderem a Revolução. 
Os cossacos contra-revolucionários invadem a fábrica e provocam um massacre. 
Timoch enfrenta a peito descoberto os contra-revolucionários nacionalistas, numa imagem símbolo da Revolução invencível. E essa é a imagem que surge no final deste obra-prima, ao mesmo tempo poética e lírica da luta revolucionária.



No entanto, no ciclo onde vimos recentemente o ARSENAL, lamentavel e inacreditavelmente a imagem do operário comunista Tomish é substituida pela de cossacos contra-revolucionários, no prospecto distribuído na sessão e no ciclo! 
Porque os neo-nazis, voltaram recentemente ao poder na Ucrânia, apoiados pela NATO e pela fascizante UE, num sangrento golpe de estado, ilegalizando depois o Partido Comunista? 




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