Após um belo périplo europeu, eis o regresso do famoso autor (cineasta e escritor), Woody Allen, a Nova Iorque (depois do Bush ter sido corrido! Mas atenção que o sucessor desilude a alta velocidade… embora este seja um bom bocado mais inteligente). Outra pequena maravilha, deste mago do cinema, que nos consegue fazer sorrir durante mais de uma hora das “pequenas desgraças” (também nossas) que nos rodeiam.
Não vos vou revelar a história, para poderem rir tanto quanto eu me ri, por exemplo com a impagável evolução do casal bushiano! Lembrar apenas, fazendo minhas as palavras sábias do crítico, que Boris Yelnikoff (brilhante interpretação de Larry David) “é um poço de agressividade e má disposição. Mas é também alguém de quem nos vamos sentindo cada vez mais próximos, porventura cúmplices. Porquê? Porque há nele um desejo de verdade que não pactua com hipocrisias afectivas e cinismos sociais” (João Lopes, DN, 4-Fev-10).
O filme não deixa de ser também uma boa mensagem para os pessimistas e niilistas, em que, às vezes, muitos de nós nos vamos transformando, perante os medíocres tempos que vão correndo, por esta velha Europa ou pelos EUA. Claro que aqueles de quem Woody Allen se ri (e de si próprio, também), mas em geral sempre com a bonomia habitual, acham que o filme tem “uma linha de raciocínio cativante (embora às vezes maçuda) ” (Destak). Posso rir-me?
E não deixem de ler as suas três peças em um acto, publicadas recentemente sob o título de INFIDELIDADES (título original "Three One-Act Plays", publicado em 2003 pela Random House, NYC), pela Relógio de Água Editores (Outubro de 2009). Não consegui deixar de soltar umas boas gargalhadas.
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