OLDBOY – Velho Amigo, de Spike Lee
Com algum sabor oriental no argumento, o que se compreende por adaptar uma manga (banda desenhada) japonesa, com desenhos de Nebuaki Minegishi e argumento de Garon Tsuchiya, de que realizador sul-coreano Chan-Wook Park já havia realizado em 2003 uma obra homónima, de grande sucesso comercial.
Este “remake” é um thriller intenso de Spike Lee (Atlanta, Geórgia, EUA, 20-Mar-1957), cuja filmografia muito admiramos.
Não estando, em minha opinião, ao nível das obras-primas do cineasta – “Malcolm X”, “Do the Right Thing” (Não dês Bronca), “25th Hour” (A Última Hora), “Summer of Sam” (Verão Escaldante), entre outras, vale no entanto uma visão.
O realizador transfere a acção para a actualidade e nos EUA, mas o que perde em ambiência oriental ganha na inquietação que transmite, fazendo-nos pensar na absurda privatização que os conservadores, agora tranvestidos de neo-liberais, querem levar, se os deixarem, para o sistema prisional norte-americano. Mas isto é apenas uma inquietação de espectador, preocupado com o retrocesso civilizacional que se intensifica a passos largos no mundo capitalista, fazendo prever conflictos sociais graves.
O suspense da obra não recomenda que se fale do argumento, para além de referir que narra a história de um homem que é raptado e preso durante 20 anos, sem perceber porquê e aonde está. Posto em liberdade tenta desvendar o mistério.
Apenas referir que Spike Lee ao filmar, e muito bem, a mais intensa cena do filme, consegue fazer incidir nela os sentimentos mais fortes e contraditórios dos espectadores, que passarão sucessivamente por admiração, horror e dúvida.
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