Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

domingo, 8 de março de 2015

O PELICANO



O PELICANO, de August Strindberg, encenado por Rogério de Carvalho para a Companhia de Teatro de Almada, estreado no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada.

Strindberg ((1849-1912) chamou-lhe Teatro Íntimo, nome que deu à própria sala inaugurada em 1908 e onde estreou O PELICANO, numa tentativa de criar um novo público, diferente do público grande burguês e pouco culto que frequentava maioritariamente os espectáculos de teatro no seu país, a Suécia, tal como no resto da Europa. 

Surpreendentemente esta peça, que inaugurou aquele teatro, apesar das suas incongruências (segundo alguns) continua a ser inesperadamente moderna, neste intenso drama familiar, entre álcool e fogo, tão constantes aliás na vida escandinava, dos longos e frios invernos e dos sentimentos de culpa e expiação que nascem de uma educação severa e rígida, que como sempre acontece nas educações baseadas em moralismos religiosos descamba numa enorme hipocrisia e muitas vezes, numa tragédia.

Magnificos a encenação, o cenário, as interpretações das 5 personagens, com especial relevo para a Mãe (a grande actriz Teresa Gafeira), na qual Strindberg colocou muito da perversidade feminina a que atribuiu os falhanços amorosos da sua vida privada. 
E para terminar esta pequena nota lembrar Teresa Gafeira nas diferentes Mães que tem desempenhado recentemente (entre vários outros papéis completamente distintos), como as de Gorki/ Brecht e de O´Neill (em Uma Longa Jornada para a Noite) para sentir a grande versatilidade desta actriz. 

E "O Pelicano", por tudo isto, é um espectáculo que suporta múltiplas visões.




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