A folha de sessão já nos alertava para se tratar de uma "comédia a tender para o mais puro absurdo" e que talvez não se tratasse da última moda nalguns palcos, isto é, o pos-dramatismo. Aí, confesso que fiquei com algumas dúvidas...
E a desilusão acabou por vir, atendendo ao êxito no último Festival de Almada, onde foi uma das mais votadas pelo público, mas isso também pode ter resultado por ter sido um dos festivais onde menos grandes espectáculos houve.
Alguns momentos quase hilariantes, alguns momentos visualmente bem conseguidos, alguns quase kitsch, isto é, de mau gosto, provocatório ou não ("aguentam, aguentam!...), uma crítica ao modernismo, não chegam a ser suficientes para fazerem de O Feio um dos nossos espectáculos preferidos deste ano que vai passando.
Resta a magnífica prestação dos 3 actores e 1 actriz.
Quanto ao tema, o encenador afirmou que Lette (o Feio), o personagem principal, que deixa que lhe modifiquem o rosto (ou outra coisa qualquer) para ficar conforme à moda, é exactamente como nós (ele e a maioria dos espectadores). É um espelho dessa realidade.
Nisso dou-lhe razão. E não gosto...
Sem comentários:
Enviar um comentário