"DYADYA VANYA" (O Tio Vânia) (1971), de Andrei Mikhalkov-Konchalovsky
(URSS) (visto na Cinemateca Portuguesa)
É uma das grandes adaptações de Anton
Tchekov ao Cinema, premiada no Festival de Cinema de San Sebastian, (Concha de
Prata de 1972) e como Melhor Filme Estrangeiro, pela National Board
Review, EUA (1972). A música é de Alfred Schnittke, famoso compositor
soviético.
Para quem gosta muito (como eu) deste
grande escritor e dramaturgo russo (29-Jan-1860 - 15-Jul-1904) este filme é um
enorme prazer, apesar do tema, que tem muito a ver com as frustrações e
desilusões das suas personagens, que levam uma vida infeliz e medíocre, numa
sociedade decadente e profundamente desigual, a Rússia Czarista do final do
século XIX, mas que, em certos aspectos, através do espírito de revolta de
algumas personagens, Tchekov já pronunciava a Revolução que estava para chegar.
Esta obra é sem dúvida uma das melhores adaptações ao cinema das peças de
Tchekov, em linguagem realmente de cinema e nunca de teatro filmado e
admiravelmente representada.
A propósito, nos últimos anos tenho
visto algumas magníficas encenações de Tchekov no teatro, nomeadamente pelo
Teatro dos Aloés (ou melhor, da defunta Malaposta), pela Companhia de Teatro de
Almada, pela Cornucópia, pelos Artistas Unidos, etc, etc.
Duas notas de discordância em relação à respectiva folha da Cinemateca (local onde aliás revi esta bela obra): esta versão não é a preto e branco como lá diz (!!!) e citar a propósito Oscar Wilde (e logo em "A Importância de Ser Ernesto" (The Importance of Being Earnest) (1952), que Anthony Asquith aliás adaptou brilhantemente ao cinema) pode parecer mau gosto ou provocação que não ouso qualificar para não ser mal interpretado. Posso rir?
(publicado no facebook, em 17-Jun-2013)
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