TABU, de Miguel Gomes (no “Sight & Sound”, vol 22, issue 9)
Capa e contracapa da
revista do BFI, “SIGHT & SOUND”, com uma primeira divulgação dos principais
resultados do Inquérito “Os Maiores Filmes de Todos os Tempos”, tema
evidentemente caro aos apaixonados pela Sétima Arte (na edição electrónica da
revista pode ler-se mais).
E na contracapa vem o
anúncio da estreia nos ecrãs britânicos de “TABU", o celebrado filme de
Miguel Gomes, premiado no último, o 62º, Festival de Cinema de Berlim
(Berlinale), com o prémio Alfred-Bauer, sendo Director do Festival Mike Leigh,
um dos cineastas da actualidade cuja obra mais admiramos. No mesmo número está também uma entrevista com Miguel Gomes e uma crítica ao filme.
TABU, foi um dos
melhores filmes que vi este ano. Fotografado a preto e branco, é brilhante. Teresa Madruga, Laura Soveral, Ana Moreira, Isabel
Cardoso: são as protagonistas, quatro grandes actrizes, numa equipa magnífica.
Mas um dos aspectos notáveis deste filme é a utilização da voz em off,
de que críticos franceses, da famosa revista "Positif", referem a
beleza literária, voz que narra a segunda parte. O “Positif” compara-a com a de
outra obra-prima, "Vale Abraão", de Manoel de Oliveira (que é para
mim o melhor filme do decano dos realizadores).
Estou completamente de acordo com a opinião. O actor que empresta,
extraordinariamente, a sua voz a “TABU” é um veterano produtor e actor do
cinema português, Henrique Espírito Santo, com produções e colaborações
notáveis. Entre as quais se refere a sua quase desconhecida participação como
actor, na principal figura, em “Drácula”, pequeno filme de 1977, que
vimos.
Em “TABU”, ele tem um dos
principais papéis, na 1ª parte da obra,
como Ventura, agora envelhecido, de regresso a Portugal, por quem,
quando jovem, Aurora (Laura Soveral) se apaixona em África (2ª parte). Mas é a
sua voz, que vai narrar maravilhosamente, na 2ª parte, num longo flash back, a
paixão de ambos.
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