NA SEMANA
CULTURAL DO INTERVALO GRUPO DE TEATRO
O Intervalo foi fundado em 1969, em
Algés, portanto há 45 anos, em pleno fascismo e apesar da censura, das
perseguições, de algumas prisões, resistiu até ao 25 de Abril e continua vivo
e recomenda-se.
Armando Caldas fazendo a apresentação da sessão
(I) 1º e 2º Dias
Este ano já lá
estiveram os actores Carlos Santos e Virgílio Castelo, o director da CTA e do
Festival de Teatro de Almada, Rodrigo Francisco, a
professora universitária e teatróloga, Maria Helena Serôdio (que escreveu em
minha opinião o mais belo texto que li sobre o Festival de Teatro de Almada),
os cantores Carlos Mendes, Jorge e Vicente Palma.
Sessões a que assistimos com grande prazer, com destaque para a excepcional actuação de Jorge Palma, mesmo com a voz em extrema dificuldade, mas não querendo deixar de estar presente e acabando por protagonizar um daqueles momentos inesquecíveis de que o Armando Caldas nos fala.
Ainda vão ser homenageados este ano Samuel,
Janita Salomé, Eduardo Gageiro e Mário de Carvalho, cantores, fotógrafo e
escritor, todos acompanhados de vários artistas e personalidades.
A semana finalizará no domingo, às 16.00, com a representação da peça em cena há cinco meses no Intervalo Grupo de Teatro, "Eu é que sou o primeiro", do dramaturgo norte-americano, Israel Horowitz. Peça de grande sucesso, com duas e três décadas de representações em Londres, Paris e Nova-Iorque. Com a curiosidade, principalmente para os desportistas, de Israel ser um maratonista de pelotão e ser casado com uma antiga campeã da maratona. Mais uma razão para não faltarem portanto. Talvez tenha acontecido (não em admirava nada, embora o ambiente no pelotão seja o oposto do da peça) que o argumento da peça lhe tenha surgido e sido desenvolvido no decorrer dos treinos para as maratonas ou até no decorrer de uns 42,195 km... Dela já falámos anteriormente.
II) 3º e 4º Dias
Ante-ontem foi o Samuel, com o Manuel Freire. E foi muito bom, segundo
nos disseram porque não pudemos estar presentes por termos ido para outra
homenagem, o prémio de carreira dado pela APC (Academia Portuguesa de Cinema)
ao nosso querido Amigo Henrique Espírito Santo.
Ontem regressámos para assistir a
mais uma pequena maravilha que foi o concerto dos manos Salomé (Janita e
Vitorino) e seus acompanhantes, que terminou com uma
GRÂNDOLA com o coro do público, vibrante e emocionante.
Do que foi cantado muito haveria a dizer, pela sua
enorme qualidade e beleza, com a novidade (para nós) das belíssimas canções
sefarditas que como o Janita muito bem disse nada têm a ver com o sionismo, nem
com a sua política criminosa.
Janita contou com a presença de um grande jornalista da rádio, António Macedo, da RDP - Antena Um, uma magnífica presença quotidiana durante a semana no programa da manhã.
António Macedo falou de Janita e foi pretexto também para falar da Rádio, no que foi aliás acompanhado pelo Armando Caldas e esse foi outro grande momento da noite, especialmente para todos nós para quem a Rádio continua a ser um dos meios de comunicação preferidos, em especial a Antena Um, que permanece, apesar de tudo, relativamente imune à mediocridade vigente que tudo invade em especial a televisão (porque dá mais dinheiro, claro).
Janita contou com a presença de um grande jornalista da rádio, António Macedo, da RDP - Antena Um, uma magnífica presença quotidiana durante a semana no programa da manhã.
António Macedo falou de Janita e foi pretexto também para falar da Rádio, no que foi aliás acompanhado pelo Armando Caldas e esse foi outro grande momento da noite, especialmente para todos nós para quem a Rádio continua a ser um dos meios de comunicação preferidos, em especial a Antena Um, que permanece, apesar de tudo, relativamente imune à mediocridade vigente que tudo invade em especial a televisão (porque dá mais dinheiro, claro).
Mais uma
inesquecível sessão de Cultura do Intervalo dirigido por Armando Caldas. Bem
hajam!
5º Dia
Foi mais uma noite magnifica de Cultura
(e de afectos e emoções) a que se viveu ontem na 33ª Semana Cultural do Intervalo Grupo de Teatro.
A homenagem foi ao maior (na minha
opinião e não só) dos nossos Fotógrafos, cuja dimensão é aliás universal, ao
lado daqueles de que mais gosto - Doisneau, Ronis, Rodchenko, Cartier-Bresson,
Salgado, Brandt, entre outros.
As intervenções sobre a vida e obra do
homenageado estiveram a cargo do jornalista Fernando Dacosta e do também
jornalista e escritor, Baptista-Bastos,
referência maior das nossas letras e cidadania, e última vítima conhecida, há
poucos dias, de uma censura que cresce assustadoramente, com pezinhos de
veludo, nos jornais dominantes (despedimento do DN) e na sociedade em que
vivemos.
Dele reafirmou Correia da Fonseca, o
jornalista co-fundador do Intervalo Grupo de Teatro há
45 anos e que então se chamava 1ºActo, que BB é o maior
cronista português vivo. Concordo!
Ele e Gageiro são dois Homens que muito
admiro, desde que conheci as respectivas obras, há muitos anos, ainda nos
tempos de um passado, medíocre e tenebroso, contra o qual foram Resistentes.
Haveria muito a dizer sobre eles, o que obviamente não é compatível com o pequeno espaço de uma nota facebookiana.
Sobre o homenageado principal, Eduardo Gageiro, Fotógrafo de Abril, que na madrugada início da libertação, avançou sem medo para as ruas, fotografando os alvores da Revolução que haveria de vir com o apoio popular. Depois foram as fotografias que mais ou menos todos conhecemos, entre as quais obras-primas que não nos cansamos de olhar.
Haveria muito a dizer sobre eles, o que obviamente não é compatível com o pequeno espaço de uma nota facebookiana.
Sobre o homenageado principal, Eduardo Gageiro, Fotógrafo de Abril, que na madrugada início da libertação, avançou sem medo para as ruas, fotografando os alvores da Revolução que haveria de vir com o apoio popular. Depois foram as fotografias que mais ou menos todos conhecemos, entre as quais obras-primas que não nos cansamos de olhar.
A obra de Gageiro é um admirável retrato
das gentes do seu país, por vezes as mais anónimas e sofredoras, mas nesse
olhar há acima de tudo um universalismo admirável que o tornam tão grande.
Impossível desfolhar os seus álbuns sem uma profunda emoção.
A terminar seria imperdoável não referir a parte musical da noite, em que participaram dois grandes nomes da Música Portuguesa da actualidade: um mestre da guitarra, Pedro Jóia e uma impressionante voz do fado, Ricardo Ribeiro. Foi magnífico!
A terminar seria imperdoável não referir a parte musical da noite, em que participaram dois grandes nomes da Música Portuguesa da actualidade: um mestre da guitarra, Pedro Jóia e uma impressionante voz do fado, Ricardo Ribeiro. Foi magnífico!
6º e 7º Dias
A
33ª Semana Cultural do 45º aniversário do Intervalo Grupo de Teatro aproxima-se
do fim.
Esta tarde será o dia do teatro, com o último trabalho da companhia,a peça "Eu é que sou o primeiro" (LINE), de Israel Horowitz, que aliás já víramos no início deste ano mas que vamos voltar a ver com muito agrado.
Ontem foi dia da homenagem a um dos grandes escritores portugueses vivos, Mário de Carvalho, que tanto apreciamos, o autor, entre outras obras, das obras-primas da Literatura Portuguesa, "Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde" e "A Sala Magenta", a que queremos voltar.
A sua obra foi analisada por outro excelente escritor e poeta, Domingos Lobo, cuja produção literária conhecemos e apreciamos, incluindo a sua vertente dramatúrgica, tal como os seus ensaios de crítica literária, que nunca deixamos de ler, publicados no Avante!
Mas desta vez Domingos Lobo ofereceu-nos uma lição de sapiência sobre a obra de Mário de Carvalho, o que pessoalmente achei magnífico, mesmo sabendo que ajuda para a sua compreensão integral o conhecimento da obra do homenageado. Foi um momento de cultura magnífico.
Na participação musical da noite,
desta vez dedicada à música erudita, estiveram outros dois "velhos
amigos" (ainda que nunca tivéssemos falado com eles). É que a vida tem
destas coisas: os amigos para nós podem também ser os que nos vão dando
momentos magníficos através do seu trabalho, artístico neste caso. E o que lhes
podemos dar em troca é o nosso grande aplauso e admiração: o maestro e pianista
João Paulo Santos e o tenor Carlos Guilherme.
E quanto a amigos, nunca estivemos sós durante esta semana porque sempre grandes amigos nos acompanharam nas deslocações ao auditório e isso é muito bom!
E quanto a amigos, nunca estivemos sós durante esta semana porque sempre grandes amigos nos acompanharam nas deslocações ao auditório e isso é muito bom!
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