Foi mais uma noite magnifica de Cultura (e de afectos e emoções) a que se viveu ontem na 33ª Semana Cultural do Intervalo Grupo de Teatro.
A homenagem foi ao maior (na minha opinião e não só) dos nossos Fotógrafos, cuja dimensão é aliás universal, ao lado daqueles de que mais gosto - Doisneau, Ronis, Rodchenko, Cartier-Bresson, Salgado, Brandt, entre outros.
As intervenções sobre a vida e obra do homenageado estiveram a cargo do jornalista Fernando Dacosta e do também jornalista e escritor, Baptista-Bastos, referência maior das nossas letras e cidadania, e última vítima conhecida, há poucos dias, de uma censura que cresce assustadoramente, com pezinhos de veludo, nos jornais dominantes (despedimento do DN) e na sociedade em que vivemos.
Dele reafirmou Correia da Fonseca, o jornalista co-fundador do Intervalo Grupo de Teatro há 45 anos e que então se chamava 1º Acto, que Baptista-Bastos é o maior cronista português vivo. Concordo!
Ele e Gageiro são dois Homens que muito admiro, desde que conheci as respectivas obras, há muitos anos, ainda nos tempos de um passado, medíocre e tenebroso, contra o qual foram Resistentes.
Haveria muito a dizer sobre eles, o que obviamente não é compatível com o pequeno espaço de uma nota facebookiana.
Sobre o homenageado principal, Eduardo Gageiro, Fotógrafo de Abril, que na madrugada início da libertação, avançou sem medo para as ruas, fotografando os alvores da Revolução que haveria de vir com o apoio popular. Depois foram as fotografias que mais ou menos todos conhecemos, entre as quais obras-primas que não nos cansamos de olhar.
A obra de Gageiro é um admirável retrato das gentes do seu país, por vezes as mais anónimas e sofredoras, mas nesse olhar há acima de tudo um universalismo admirável que o tornam tão grande. Impossível desfolhar os seus álbuns sem uma profunda emoção.
A terminar seria imperdoável não referir a parte musical da noite, em que participaram dois grandes nomes da Música Portuguesa da actualidade: um mestre da guitarra, Pedro Jóia e uma impressionante voz do fado, Ricardo Ribeiro. Foi magnífico!
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