Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sábado, 16 de janeiro de 2010

EXPOSIÇÕES EM 2009 - Korda

“KORDA CONHECIDO, DESCONHECIDO”, curadoria de Cristina Vives, na Cordoaria Nacional, na Junqueira, Lisboa, até 31 de Janeiro de 2010, ***** (5)

Extraordinária e imperdível exposição de, e sobre, o famoso fotógrafo cubano Alberto Korda, de seu nome completo Alberto Díaz Gutiérrez (Havana, 1928 – 2001), autor de “a foto mais reproduzida da História da Fotografia” e de “a obra mais reproduzida da História da Arte Ocidental logo a seguir à Gioconda de Leonardo Da Vinci”, a que fez a Che Guevara, em 5 de Março de 1960, pouco mais de um ano depois da vitória da Revolução Cubana, no funeral das 136 vítimas do atentado terrorista a um barco belga que trazia armamento para os revolucionários cubanos. Foto que se tornou um símbolo dos Revolucionários para os povos de todo o mundo.
Korda afirmava, referindo-se à arte de fotografar, e servindo-se de palavras de um personagem do célebre conto “O principezinho”, do escritor francês Antoine de Saint Exupery, que “Só se vê com o coração. O essencial é invisível para os olhos”.
Korda tornou-se um dos grandes fotógrafos da Revolução Cubana e através dos seus trabalhos apercebemo-nos da enorme aventura revolucionária de Fidel e dos seus companheiros, para triunfar e levar a Liberdade a Cuba, até então local de férias dos milionários norte-americanos, com os seus hotéis, casinos e boites de grande luxo, enquanto o explorado povo cubano vivia miseravelmente. E apercebemo-nos através das suas fotos do enorme apoio popular, única maneira de a Revolução triunfar e permanecer, apesar de todas as sabotagens e atentados terroristas. Nesse aspecto são impressionantes as manifestações populares de apoio à Revolução que Korda admiravelmente fotografou.
Fiel aos seus princípios durante toda a vida, Korda é um exemplo admirável do intelectual socialmente empenhado.
Há um aspecto curioso referido na exposição. Em 8 de Janeiro de 1959, dia da tomada do poder pelos revolucionários, Korda tinha 30 anos, a mesma idade da maioria dos líderes rebeldes, vivia em Havana, trabalhava como fotógrafo e não tinha barba. Pouco depois deixou-a crescer e cultivou-a até à morte. A barba ficava-lhe bem e ele sabia-o, dizem…
Além da Revolução, dos seus líderes e das massas populares, fotografou principalmente a Mulher, cubana em especial, admirador como era da beleza feminina. Mas também fez, durante muitos anos, fotografia submarina para a Academia das Ciências de Cuba.
No pequeno filme que acompanha a exposição (18’) (e não deixem de ver!) Korda conta o episódio comovente da “menina da boneca de pau”, que deu origem a uma das suas mais famosas fotos e refere também o episódio, que nos anos da ditadura de Baptista lhe fez aumentar a consciência social, a da mulher com os seus filhos pequenos ao colo, que ele via pedindo nas ruas, perto do seu local de trabalho.
Tudo isto nos leva a uma grande sintonia e principalmente admiração por este grande fotógrafo cubano.
Existe um excelente catálogo, em espanhol com o mesmo título da exposição daqui, embora o título em inglês seja bem mais interessante “Korda, A Revolutionary Lens”, que pessoalmente gostaria muito de possuir.
Claro que se trata apenas de uma pequena parte da enorme obra de Korda, cujo acervo é propriedade do governo cubano, de acordo aliás com a vontade expressa do artista (referido na exposição).
Aguardamos agora a visão do magnífico documentário “Kordavision”, cuja exibição está prevista no nosso país, para além da esporádica (e silenciada) passagem pela RTP2, que apanhámos parcialmente por mero acaso, no meio de um zapping…
***** (5)

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