Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sábado, 16 de janeiro de 2010

TEATRO VISTO EM 2009 - X - Comédia Mosqueta

ENCERRAMENTO com a “COMÉDIA MOSQUETA”, de Ângelo Beolco, o Ruzante (Pádua, 1496 - 1542), encenação de Mário Barradas, para o TMA, ***** (5)

Um belo encerramento do Festival Internacional de Teatro de Almada de 2009. Não só pelo magnífico espectáculo teatral, medieval, seiscentista, da Renascença Italiana, na República de Veneza, encenado por Mário Barradas, seguindo a encenação feita em 1973, com a grande actriz Fernanda Alves (Lisboa, 1930 - 2000) e Mário Jacques, para os BONECREIROS, a pedido expresso do Director do Festival, Joaquim Benite, numa homenagem do Festival a uma corrente de Teatro Popular que tão importante foi.
Mas, momento ímpar, o Festival logrou reunir neste final, no palco, duas referências do teatro português. Um veterano tão admirado como Mário Barradas (Ponta Delgada, 1931), fundador do Centro Cultural de Évora, antecessor do CENDREV, em 1975, e um jovem, já de créditos firmados no teatro europeu, Emmanuel Demarcy-Mota (Neuilly-sur-Seine, 1970), filho da actriz Teresa Mota. É por tudo isto que o espectáculo de encerramento acabou por constituir, perante o anfiteatro ao ar livre, em noite amena, a transbordar, com espectadores sentados nas escadas, um fecho condigno para mais um magnífico festival, fazendo jus à afirmação de um nome grande como Matthias Langhoff, “O Festival de Almada é o mais interessante e agradável da Europa”.
Teresa Gafeira e Paulo Matos, em Betia e Ruzante, foram magníficos, muito bem acompanhados por Ivo Alexandre (Menato) e José Martins (Soldado), na intriga jocosa, mas crítica, engendrada pelo autor. “ Na realidade, o que o Teatro de Ruzante mostra é muito mais a vitalidade e o instinto de sobrevivência do campesinato paduano, nas condições históricas objectivas da sua existência como classe oprimida, ou seja, por relação às classes que exercem essa opressão, do que quaisquer taras congénitas e eternas do ente camponês, em si mesmo risíveis e produtoras dum cómico espontâneo.” (Mário Barradas)
Muita pena temos de, por razões familiares, não termos podido acompanhar a degustação da vitela barrosã, grelhada à vista do público, que se seguiu na Esplanada do Festival, com artistas e espectadores presentes.
***** (5)

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