Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sábado, 16 de janeiro de 2010

TEATRO VISTO EM 2009 - XI - Contracções

“CONTRACÇÕES” (Contractions), de Mike Bartlett, encenação de Solveig Nordlund, **** (4)

Depois do Instituto Franco Português, durante o Festival Internacional de Teatro de Almada, agora o Teatro Municipal de Almada, Sala Experimental, onde este texto actualíssimo, que critica o absurdo a que se chegou nas relações laborais, num mundo dominado pela ideologia neoliberal, em que, em nome do aumento da produtividade, as empresas procuram controlar as relações entre os seus trabalhadores, tentando condicionar até a sua própria vida sexual, foi representado!
Mike Bartlett, nascido em 1980, em Inglaterra, não é meigo na crítica! Embora se trate (em princípio) de uma caricatura da realidade, quem trabalhe (ou tenha trabalhado) em certas grandes empresas ou multinacionais, sabe que ela não é tão afastada da realidade quanto os ingénuos poderiam pensar. Infelizmente conheci gente, em cargos de chefia, capaz de aplicar estes métodos, se a tal fossem sugestionados pelos patrões ou administradores, e alguns fizeram-no em muitos aspectos, ainda no início das directrizes neo-liberais, durante o período cavaquista.
O novo código de trabalho, recentemente concebido e aprovado pelo governo Sócrates, com o seu acólito Vieira da Silva, sem atender ao massivo protesto dos trabalhadores e das suas organizações (que este tipo de gente, como os actuais governantes e os Belmiros e Cª, incluindo alguns amigos dos patrões e falsos defensores dos trabalhadores, tenta desesperadamente desvalorizar, e não é de mais lembrar o paradigmático caso da Auto-Europa e de como esse tipo de gente tentou levar os trabalhadores à capitulação perante os interesses patronais, querendo obrigá-los a suportar a crise sobre os ombros), é um decisivo passo para se chegue rapidamente a estas aberrações, que Mike Bartlett denuncia, e que transformam seres humanos em novos escravos.
Joana Bárcia, na empregada, e Cecília Henriques, na supervisora, têm admiráveis representações, num cenário simples, mas tremendamente eficaz, de Ana Paula Rocha, cujo trabalho já conhecemos e apreciamos, desde os tempos áureos do Malaposta (Odivelas) quando o José Peixoto e o seu grupo de teatro ali trabalhavam, antes de serem “saneados” pelos novos autarcas (do PS).
Esta peça começou por ser transmitida, sob o título “Love Contract”, na BBC, passando depois aos palcos londrinos (2008), no Royal Court. O jovem autor (29 anos) é também encenador e dirige artisticamente a companhia “Shapeshifter”
**** (4)

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