Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

CINEMA PORTUGUÊS EM 2009 - VI - Veneno Cura

“VENENO CURA”, de Raquel Freire (POR), *** (3)

Outra obra muito interessante de Raquel Freire (Porto, 1973).
Segundo a autora – cineasta e artista, em entrevista ao JN (João Antunes) a obra esteve no limbo sete anos após o seu primeiro filme, “Rasganço”, por o projecto ter sido recusado pelo ICAM por amoral!
É que amoral, pelos vistos, mete mais medo que imoral, segundo os que controlam, sempre de acordo com a “moral vigente”, os financiamentos estatais às artes…
Demasiado pessoal, marcadamente no feminino, a obra perde por isso na adesão dos espectadores, no entanto a maioria dos planos (e algumas sequências) são magníficos e alguns permanecem na nossa memória cinéfila, tal como principais intérpretes pelo modo como a realizadora os viu e filmou (em especial as três principais personagens femininas, Margarida Carvalho (Rubia), Sofia Marques (Rosa), Sandra Rosado (Rita, A Imperatriz), entre outros.
O Porto e alguma da sua marginalidade nocturna, o rio, e os que nas suas margens vivem com as suas angústias, eis o pano de fundo das relações e amores, quase sempre limite, que se estabelecem.
Obra que nada tem a ver, de facto, com “a fábrica de produzir imagens” para contar histórias, mais ou menos bem.
Visão pessoal e artística dos extremos, exige inteligência e sensibilidade para ser entendida. Daí, talvez, a rejeição brutal (“de fugir”, dizem) de parte de alguma crítica, em geral a mais conservadora, acostumada aos “produtos de fábrica”, ou, provavelmente, pelos mesmos motivos dos responsáveis do ICAM…
Embora algo falhada, pelos motivos expostos, a obra obriga a focar o nosso interesse sobre a autora e seus futuros trabalhos (anunciados mais dois filmes). Espero que consiga apoios financeiros para continuar…
Há aspectos na obra (poucos, e que, curiosamente, a mentalidade conservadora costuma defender) com que não concordo, mas nem os vou citar, porque embora importantes, não são essenciais sob o aspecto cinematográfico.
*** (3)

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