Fazendo jus ao lema “um teatro que não se demita da sua natureza social e humana” (Mário Barradas), a companhia de Hélder Costa e Maria do Céu Guerra, prossegue a excelência do seu reportório, que a tornam uma das mais interessantes do panorama teatral português.
Agora trata-se de uma peça que trata da ambiência social do Sul dos Estados Unidos, que conhecemos principalmente da literatura, do cinema e do teatro. E, parece-nos, que muito bem conseguida, para além do tema de muita actualidade que é a doença de Alzheimer, que a todos nos preocupa a partir certa idade e de que a magistral interpretação de Maria do Céu Guerra, nos faz sentir a evolução, às vezes com a sua tragédia quase cómica.
Algumas das cenas estão extraordinariamente bem representadas, conseguindo atingir emocionalmente os espectadores. Em especial as protagonizadas pelo par Faulkner (Sérgio Moura Afonso) / Claire (Rita Fernandes), que nos apresentam o grande escritor (Oxford, Mississipi – 1897, 1962) como existe no nosso imaginário.
Injusto seria não citar Jett (Susana Costa), a irmã que regressa à casa natal.
Uma palavra ainda para a música de Bernardo Sassetti e o bem conseguido cenário de Miguel Figueiredo, conseguindo admiravelmente que tudo se passe num cenário único.
Um belíssimo espectáculo de teatro, que não se deve perder, quando for reposto.
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